A resolução mantém a garantia do demitido ou aposentado continuar no plano pelos prazos que já existiam. Mas define critérios para evitar dúvidas.
O novo corte nos juros, anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na última quarta-feira, trouxe a taxa básica de juro (Selic) para 8,5% ao ano e ativou, pela primeira vez, a nova regra de rendimento da caderneta de poupança. A partir de agora, o investimento mais antigo e popular do Brasil passa a render 70% da Selic, mais Taxa Referencial (TR), ao ano. Ao mês, essa rentabilidade fica quase imperceptível, passando de 0,5% ao mês para 0,48% mais a TR. Essa queda representa R$ 0,20/mês em cada R$ 1 mil aplicados depois de 3 de maio.
Especialistas ouvidos pelo O POVO destacam que a poupança continua sendo a melhor aplicação para pequeno investidor. Para o analista econômico da Austin Rating, Felipe Queiroz, o investidor que quer manter o mesmo patamar de rendimento observado no período de alta da Selic deverá arriscar mais. Ou seja, diversificar as aplicações e buscar ativos de maior risco, com destaque para as ações.
Analisa que, com a queda na taxa básica de juros, a economia brasileira entra em um novo patamar. “Fica mais suscetível a que as demais aplicações, principalmente as pré-fixadas, que incluem títulos de renda fixa e alguns títulos públicos, também apresentem redução na remuneração”, considera.
Na opinião de Queiroz, a redução da Selic influenciará na queda do rendimento dos demais títulos. “Um exemplo claro de queda no rendimento são os fundos de Renda Fixa e DI, que, em dezembro de 2011, estavam rendendo, em média, 18,4% e 12,2% em 12 meses, respectivamente. Já em maio, recuaram os rendimentos para 17,5% na média dos fundos de Renda fixa e 11,4% nos DI no acumulado 12 meses”.
O diretor de Estudos Econômicos do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), economista Adriano Sarquis, observa que a caderneta não tem taxa de administração nem incidência do Imposto de Renda (IR) como em outras aplicações financeiras. “É seguro e oferece rentabilidade razoável para o pequeno”, completa.
O novo cálculo de remuneração da poupança é só para depósitos realizados desde ontem. No início de maio, o governo anunciou a mudança nas regras da poupança para abrir caminho para mais flexibilização da política monetária.
O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Ceará (Ibef-CE), Sérgio Melo, reforça que, com a nova regra, não muda muita coisa, pois a poupança continua com rendimentos próximos aos das outras aplicações de baixo risco. “A caderneta de poupança continua sendo a aplicação mais segura que existe e sem tributação do IR”, completa.
Para o diretor do Ibef, Ênio Leão, o rendimento da poupança, agora atrelado à Selic (70% da taxa), só será perceptível se a taxa de juros cair para 7%, 6%. Oriente que, só quem tem investimentos superiores a R$ 5 mil deveria procurar outros aplicações como o Tesouro Direto que também passará a receber aplicações de pequeno valor.
Melo diz que a poupança não perde, se comparado com aplicações de renda fixa com baixo risco, mas perde se comparado com operações de renda fixa de bancos de segunda ou terceira linha. Mais isso é para grandes valores, onde o investidor pode e deve negociar uma taxa de administração mais barata.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Com novas regras da poupança, o rendimento diminui, mas segue atraente porque não paga taxa de administração nem é tributada a cada saque. A mudança vai permitir juros mais baixos, se a Selic continuar caindo.
Histórico
Primeira vez. Pela primeira vez na história, a aplicação mais antiga e popular do País, a caderneta de poupança caiu de 0,5% ao mês para 0,48% mais Taxa Referencial (TR), o que representa R$ 0,20 por mês em cada R$ 1 mil aplicados depois de 3 de maio.
Antes. A poupança “antiga” rendia 6,17% ao ano mais a variação da TR. O investimento na caderneta não paga Imposto de Renda e pode ser sacado a qualquer momento.
Nova regra. Pela nova regra de remuneração da poupança, o retorno será de 70% da taxa básica de juros (Selic) mais Taxa de Referência (TR) quando a Selic estiver em um nível igual ou inferior a 8,5% ao ano (a.a.).
SERVIÇO
Mais informações no site do Banco Central do Brasil é:
Onde: www.bc.gov.br
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01/06/2012
