Hoje, 20 de novembro, é lembrado em todo o país o Dia Nacional da Consciência Negra. A data, para todos os brasileiros, negros ou não, se reveste de importância fundamental para a discussão e o aprofundamento das questões políticas e econômicas que ainda afligem mulheres e homens negros no Brasil. Momento também para celebrar e fazer ver pela sociedade a importância do povo negro na conformação de nossa identidade cultural.
Apesar de ser um dos principais troncos que forjaram a construção do Brasil, o negro, juntamente com as populações indígenas, ainda tem seu sua importância minimizada, mesmo pela grande mídia, que em suas capas do dia de hoje pouco abordam a data ou a relegam a um mero canto de página. Mas a cultura negra está arraigada em nosso fazer diário, em nossa culinária, no nosso modo de vestir, em nossa música, em nossa produção intelectual, artística, e claro, em nossa língua.
Não é possível dizer que não houve avanços políticos pontuais para a incorporação do negro em espaços de onde foi historicamente negado o seu acesso, a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a Lei 10.690/03 que incluiu a disciplina História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar e ações afirmativas como as cotas para a população negra nas universidades são importantes conquistas, porém, ainda se observa que o gigantesco abismo cavado pela escravidão e pela marginalização social promovida pelo patriarcado nacional ao longo da história do país se reflete em números.
Informações divulgadas pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), apontam que as “mulheres pretas, pardas e indígenas são a maioria entre os 5,3 milhões de jovens de 18 a 25 anos que não trabalham nem estudam no país”, outro dado do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), nos mostra que em 2010, 26.854 jovens entre 15 e 29 foram vítimas de homicídio, ou seja, 53,5% do total; 74,6% dos jovens assassinados eram negros. Afora estes, outro grave problema ainda paira como câncer na sociedade brasileira, o racismo, que se expressa não apenas nestes números, mas de muitas outras formas.
Apesar de todos estes desafios ainda a serem superados, o sangue negro e sua africanidade continuam a pulsar nas veias do Brasil e dos brasileiros, para nos fazer pensar que este povo e seu legado que constituiu nossa cultura merece ser visto e ouvido, não apenas neste 20 de novembro. A Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB) homenageia o Dia da Consciência Negra e encampa a luta pela garantia dos seus direitos. Que os avanços continuem.
Existem negros sem o Brasil, mas não existiria o Brasil sem negros!
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