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Saiu na Imprensa

  16/10/2012 

O Prêmio Nobel da Paz à União Europeia: um desatino

 

Importantes organizações norueguesas consideram que é o pior momento para outorgar o Prêmio Nobel da Paz à União Europeia (EU). Apesar de que no passado a EU propôs-se estabilizar a Europa e conciliar velhos inimigos, como a França e a Alemanha; hoje, distanciada da ideia de uma Europa social e guiada por políticas neoliberais do livre trânsito de capitais, é responsável por que boa parte de sua população suporte sobre seus ombros a profunda crise econômica e social.
 
O Prêmio outorgado tem gerado uma forte polêmica na sociedade norueguesa, pois 3 em cada 4 noruegueses estão em desacordo. A "unanimidade” da decisão do Comitê Nobel é questionada, pois a sra. Ågot Valle, membro do Comitê e integrante do Partido Socialista (SV), estava ausente por enfermidade. O relevante do assunto é que o SV é um partido de esquerda que faz parte do governo da Noruega e ostenta entre outras conquistas o fato de fazer parte da plataforma Nei til EU (Não a EU), que ganharam o referendo em 1994 e onde a população norueguesa se opôs majoritariamente a fazer parte da mesma. Cabe recordar que a Noruega tem hoje um dos melhores padrões de vida do mundo e que, praticamente, não se vê atingida pela crise atual graças a seu modelo e soberania nas políticas monetárias.
 
Os líderes do partido SV, personalidades como Jan Egelad (ex-assessor especial do Secretário Geral da ONU para a Colômbia), investigadores de paz e as organizações que conseguiram que a Noruega não entrasse na EU, publicamente, apresentaram sua divergência frente a essa decisão, pois, primeiro porque está sendo alterado o critério de que o Prêmio deve ser outorgado a pessoas ou organizações que, no último ano, tenham se destacado na luta pela paz. Ninguém nega alguns bons propósitos anteriores a 1991 no processo de construção da EU, nem que economias fortemente integradas entre nações torna uma guerra menos factível entre as mesmas; porém, nada disse aconteceu no transcurso da última década e menos ainda no último ano. Ao contrário, o enfoque da EU tem sido o de investir em armamentismo como foi a iniciativa de um Departamento de Defesa próprio etc. Segundo, veem a EU como uma instituição corresponsável pela desestabilização da Grécia e de outros países do sul da Europa, ligada a ações de guerra no mundo árabe e executora de um trato discriminatório contra os imigrantes do terceiro mundo.
 
Produto dessas diferenças será a primeira vez que não se realizará a tradicional marcha de tochas organizada pela Casa da Paz, já que fica claro que dessa vez o Prêmio não é um prêmio de paz, mas um prêmio com tons políticos. Audun Lysbakken, líder do SV, disse que é necessário mudar a composição do Comitê Nobel, pois, ultimamente, este tem tomado decisões distanciadas dos objetivos que inspiraram Alfredo Nobel para que o Prêmio de paz fosse entregue na Noruega.
 
Há 111 anos, em 1901, foi outorgado pela primeira vez o Prêmio Nobel da Paz a Henry Dunant e a Frédéric Passy, os pioneiros da Cruz Vermelha, lutadores contra a guerra e impulsionadores das vias pacíficas; porém, em 2012, ao cometer o desatino de entregar o Prêmio a União Europeia, retiram a importância desse mecanismo de estímulo na luta pela paz no mundo infestado de guerras.
 
Tynset, Noruega, 12 de octubre de 2012.
Fonte: Adiltal
Link: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=71263
Última atualização: 16/10/2012 às 14:25:21
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