Saiu na Imprensa

Completando 103 anos, no próximo dia 21 de outubro, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), tem atuado em toda a área do semiárido nordestino, desde Maranhão até o norte de Minas Gerais. Entre os Estados, o Ceará – onde está sediado –, é o maior beneficiado pelo órgão, principalmente quando se trata de preparação na área de recursos hídricos.

 

Desde o último mês de abril à frente do Dnocs, o diretor geral e engenheiro Emerson Fernandes Daniel Júnior destaca que o Estado tem não só a maior reserva de recursos hídricos, como a maior quantidade de perímetros irrigados. Além disso, o Ceará detém a maior quantidade de poços e, em seu aparato burocrático estadual, possui órgãos em condições de fazer todo o monitoramento.

 

Fernandes evidencia, ainda, que o órgão foi o primeiro agente de desenvolvimento. “Muito antes de Sudene, Sudeco, Sudam, o Dnocs estava a construir estradas, perfurar poços, fazer mata-burro, trabalhar no porto de Fortaleza, enfim, o Dnocs, hoje, é o maior construtor de barragens do mundo. Se juntarmos as barragens que foram feitas em convênio (no Nordeste), facilmente chegamos a 30 bilhões de metros cúbicos, uma marca absolutamente fantástica”, ressalta.

 

REESTRUTURAÇÃO

 

Ao assumir a direção do órgão, Emerson Fernandes aponta que havia dificuldades quanto à área de atuação do departamento para a qual foi constituído. Um exemplo citado trata do plano de integração do São Francisco, em que o Dnocs não estava totalmente integrado nesses trabalhos. “Foi firmado entre o Dnocs, o Estado do Ceará e a Agência Nacional de Águas (ANA) um termo de cooperação que é um modelo que queremos implantar em outros estados. Começa-se um esforço para que ele (Dnocs) possa assumir sua efetiva destinação, que é o manejo dos recursos hídricos e, principalmente, esse plano, que abrange 23 grandes barragens, das quais 20 são do Dnocs”, relata o diretor.

 

Na semana passada, veio uma resposta positiva. O Ministério da Integração Nacional (MI) remanejou ao Dnocs 20 barragens e vai repassar R$ 220 milhões, sendo R$ 20 milhões para os projetos e os R$ 200 milhões para recuperar as barragens que receberão as águas do São Francisco. “Para nós isso foi marcante, pois significou que o Dnocs está reassumindo o seu posto de ser o mentor de suas próprias ações e recursos hídricos, e não deixar que esse trabalho fosse feito por outros órgãos”, pondera Fernandes.

 

Ao falar sobre o quadro funcional do órgão, Emerson evidenciou a necessidade de recomposição. “Nosso quadro não é suficiente. Já pedimos a realização de concurso e conseguimos uma autorização para 165 novas vagas de nível superior, para toda a área em que o Dnocs atua”, informa o diretor. Segundo ele, o concurso deverá ser realizado já no início de 2013.