Se engana quem pensa que a greve no BNB, que começou forte e a cada dia ganha mais adesão, é tão somente pelo reajuste salarial. No Banco do Nordeste, há uma série de pendências históricas que se avolumam há anos sem perspectiva real de solução, entre as quais destacamos algumas delas abaixo:
Isonomia - O BNB não pode mais continuar tratando seus funcionários de forma diferenciada. A igualdade de tratamento é essencial passo para se alcançar o respeito pleno, bem como para a democracia e transparência nas relações de trabalho. De antemão, o Banco deve estender todos os benefícios, a exemplo licença-prêmio, ao conjunto dos funcionários, independente da data da posse e por todo tempo de vida laboral na instituição.
PCR digno - É inadmissível que uma instituição do caráter do BNB não possua um Plano de Cargos e Salários condizente com a sua missão. É necessário que se corrijam as distorções existentes nos três primeiros níveis com os respectivos impactos sobre os demais níveis, além de ser salutar o fim da estagnação com a ampliação da carreira.
Dignidade previdenciária - As anomalias na política previdenciária no Banco saltam aos olhos de tão notórias. É urgente que o Banco aponte soluções no toante a essa questão. Não é admissível que o BNB tenha hoje mais de 1000 funcionários aposentados pelo INSS, mas que não se aposentam do Banco porque terão seus rendimentos diminuídos drasticamente. É imprescindível que o BNB implante uma política de previdência que, dentro de uma visão holística, garanta condições plenas de dignidade para os seus funcionários aposentáveis, aposentandos e aposentados.
Reposição das perdas salariais – A defasagem salarial no BNB ultrapassa os 45%, comparando-se a inflação com o percentual de reposição nos últimos 15 anos, índice bem superior aos 10,25% reivindicados e aos 6 % propostos pela Fenaban. É urgente uma política de reposição desse prejuízo já a partir dessa campanha salarial.
Piso Salarial – O BNB tem sofrido com a perda de quadros, principalmente após a implantação do PCR vigente, que gerou o crescimento da evasão para a busca de melhores oportunidades. Uma mudança substancial dessa realidade passa pelo melhoramento do salário inicial. Assim, defendemos que o piso de ingresso no Banco seja o salário mínimo estipulado pelo DIEESE.
Fim do assédio moral e do trabalho gratuito – Não é nenhuma novidade tampouco fato de desconhecimento dos funcionários do BNB as corriqueiras práticas danosas de assédio moral e trabalho gratuito dentro do Banco. Absurdo, sim, é que tais práticas continuem a ocorrer cotidiana e ordinariamente com tanta clarividência e conhecimento da Administração do Banco, que já foi acionada incontáveis vezes pela AFBNB para apurar e solucionar as denúncias que chegam à Associação de tais práticas e pouco fizeram e fazem para coibi-las. Vale destacar que na reunião de quarta-feira, 19 de setembro, ocorrida com o presidente Ary Joel Lanzarin, o mesmo se colocou veementemente contrário a qualquer prática de assédio moral na instituição. A AFBNB espera que essa contrariedade do presidente a tais práticas seja percebida já neste movimento paredista e, logicamente, após a greve, quando se espera que não seja tomado conhecimento de represálias a nenhum funcionário do Banco.
Convocação dos concursados – A convocação dos concursados é extremamente necessária, uma vez que há uma carência de pessoal enorme nas agências do Banco em toda a sua área de atuação. Dessa forma, é importantíssimo que o Banco convoque com a máxima brevidade TODOS os aprovados no último concurso de 2010. Com o aumento do quadro de pessoal, outras questões, por conseqüência, seriam atendidas, como o cumprimento da jornada de 6 horas, já que hoje muitos funcionários trabalham mais do que as 6 horas legais para conseguir dar conta do volume de tarefas e metas a cumprir.
PLR integral – A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) foi uma reivindicação conquistada a duras penas pelos bancários. Consiste, nada mais nada menos, num reconhecimento ao trabalho desempenhado pelos funcionários, que são os responsáveis diretos pelos resultados sociais e econômicos das instituições financeiras. No BNB, esses resultados têm sido cada vez mais satisfatórios e recordistas. Contudo, a PLR não tem sido compatível com os lucros e resultados conquistados pelos trabalhadores do Banco do Nordeste nos últimos anos.
TODOS À GREVE! LUTA, RESISTÊNCIA E MOBILIZAÇÃO!!
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