Na semana da posse do presidente do Banco do Nordeste do Brasil, a AFBNB publicou duas notas (BNB que queremos I e II) tratando da importância de um banco de desenvolvimento e da necessidade de ações afirmativas voltadas para o fomento. São formas de resgatarmos a identidade diferenciada da instituição, respaldada na sua gênese e nas prerrogativas constitucionais, enfocando uma estratégia de atuação que envolva todo o BNB, a começar pelo resgate dos pressupostos da função de Agente de Desenvolvimento e do retorno de seu efetivo original (pelo menos 500).
Na perspectiva do fortalecimento do Banco, os quatro eixos defendidos pela Associação, presentes no projeto de mobilização político-social pelo desenvolvimento do Nordeste e na “Carta Compromisso com o Desenvolvimento Regional”, referem-se ao aumento do capital social, aumento e diversidade de recursos, maior capilaridade e o que, de fato, pode representar a efetividade da atuação do Banco: a valorização dos seus trabalhadores.
É por isso que a AFBNB luta por uma política de recursos humanos que seja transparente, democrática e isonômica; por um plano de cargos e carreira digno; pelo fim do trabalho gratuito e das práticas de assédio moral; por um sistema de acesso e movimentação justo, objetivo e baseado em princípios e valores éticos e equânimes, especialmente na relação entre Direção Geral e agências; pela dignidade na aposentadoria e democratização da assistência médica de qualidade a toda a rede; por isonomia de tratamento em todos os níveis; melhor estrutura para as agências, seja de estrutura, equipamentos e funcionários; quitação dos passivos trabalhistas; e pela revogação de medidas casuísticas, como o recente asseguramento de função por um período de um ano para casos de destituição na superior administração do Banco.
Essas bandeiras têm sido pautadas permanentemente pela AFBNB, que entende ser urgente o resgate do que nos foi usurpado ao longo de anos, e que não foi equacionado pelas duas últimas gestões, até o momento. É importante que a administração atual compreenda que uma instituição forte é aquela em que os seus trabalhadores se sintam orgulhosos de a ela pertencerem, não só pela efetiva participação em sua construção ou pela estrutura organizacional adequada e capaz de garantir o cumprimento de sua missão, mas, também, pelo respeito, reconhecimento e valorização que devem ter.
Os trabalhadores do BNB estão cansados de promessas e de prorrogação de prazos que representam desrespeito ao Nordeste, ao Banco e a si próprios; almejam um Banco fortalecido institucionalmente com aumento do capital social, da rede de atendimento, da estrutura física e organizacional e uma gestão ética e proba, que impeça e apure irregularidades administrativas e operacionais. Merecem, portanto, que sejam desenvolvidas ações afirmativas, objetivas e efetivas não só no sentido de melhorar as relações de trabalho, no aspecto do clima organizacional e das rotinas do dia a dia, mas também em termos de remuneração e perspectivas de futuro.
Assim, a greve que os funcionários do Banco fazem a partir do dia 18 de setembro tem como síntese a necessidade do resgate da satisfação de serem do BNB. Os trabalhadores do Banco não desistirão de lutar pelos seus direitos, assim como pelo Banco e pelo Nordeste. Por isso, a AFBNB conclama todos a fortalecerem a greve e chama atenção da gestão do Banco a tomar iniciativa própria e junto aos órgãos superiores no sentido de buscar atender às nossas reivindicações.
Vamos à luta e às conquistas.
Por um Nordeste melhor; por um BNB melhor!
Isonomia já!
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