O Nordeste tem o desafio de cresce mais do que o país nos próximos anos, para reduzir as desigualdades históricas socioeconômicas que existem entre a macrorregião e o Sudeste. Segundo estimativas abordadas por Paulo Câmara, Secretário da Fazenda do Governo do Estado de Pernambuco, durante 29º Fórum Brasilianas.org, realizado ontem, em São Paulo, se o PIB do Nordeste crescer 1% acima do PIB do Brasil, serão necessários 40 anos para reduzirmos as desigualdades históricas do país.
A boa notícia é que esse tempo poderá ser muito menor. Nos últimos anos, os seis estados que mais cresceram em vendas são nordestinos: Pernambuco (193%), Alagoas (186%), Paraíba (179%), Ceará (169%), Piauí (186%) e Maranhão (171%).
“O Nordeste deixou de ser um problema para fazer a diferença no processo de crescimento do país”, destacou Paulo Câmara que considera que as questões relacionadas aos desequilíbrios regionais passaram a ser atacadas de fato, na última década, com a criação de políticas sociais, valorização real dos salários e fortalecimento da classe média.
Investimentos
O porta-voz do governo de Pernambuco também apontou como fator importante para o desempenho econômico do Nordeste nos últimos anos, a melhora na disciplina fiscal de estados e municípios e aumento dos recursos para obras de infraestrutura. O conjunto de fatores, refletiu, tem garantido um “crescimento sustentável”, em especial para Pernambuco que, em 2009, cresceu 3,8%, enquanto o PIB brasileiro ficou em -0,2%, por conta da crise econômica mundial.
Em 2011 o país aumentou seu desempenho em 3,1%, enquanto o estado nordestino 5%. Este ano, a previsão é que Pernambuco cresça 3,5%, acima do esperado para o Brasil, de 2,5%.
O estado nordestino possui hoje um dos principais polos de desenvolvimento do Nordeste, Porto de Suape, em Recife, onde vários projetos estão em andamento. Pernambuco já captou R$ 4 bilhões somente para a construção da nova fábrica da Fiat. A localidade também é canteiro de obras do Rnest (Refinaria do Nordeste Abreu e Lima), e a Petroquímica Petrobras.
Outros quatro projetos importantes são o Estaleiro Atlântico Sul, Estaleiro PROMAR, Estaleiro CMO e Companhia Siderúrgica Suape. O total de investimentos em torno dessas obras ultrapassa os R$ 38 bilhões e correspondem, atualmente, por mais de 12 mil empregos direitos no estado.
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