* Assis Araújo
Todos somos conscientes de que o capitalismo nas suas múltiplas mutações minuciosamente calculadas nas últimas décadas do século XX, em contra-ataque aos avanços que a classe trabalhadora conquistava nos países desenvolvidos, mais fortemente na Europa, região de maior efervescência social do mundo, forjou as terceirizações como estratégia para continuar explorando os trabalhadores.
Isto foi um lance de mestre para os capitalistas, mas que no fundo representa grande prejuízo aos trabalhadores, principalmente os que são vítimas diretos desse processo. Urge a massificação de concursos e o ingresso de milhões de trabalhadores nos postos que os aguardam. Esta é uma bandeira dos movimentos sociais das mais importantes na sua luta cotidiana contra a ofensiva neoliberal ou do “Estado Social-liberal”, tão em voga no Brasil e no mundo.
Não obstante o trauma que é para todos aqueles que também constroem o BNB com suas forças de trabalho a perda do emprego, não podemos deixar de registrar que estamos obtendo uma vitória. Sabemos que a diminuição do quantitativo de terceirizados anda longe de podermos dizer que é o fim das terceirizações no BNB: trata-se do cumprimento de uma exigência jurídica, mas é preciso que o BNB garanta o fim das terceirizações nas atividades fim da empresa; que fique garantido o fim do nepotismo dentro das instalações do Banco, e que a instituição seja ética para terceirizar apenas e tão-somente o que consta em lei, pois qualquer coisa que não tiver em lei não pode o órgão público realizar.
Portanto, torna-se imprescindível a manifestação da AFBNB sobre a situação e a reafirmação de que a entidade continuará acompanhando e se reportará, avaliando os desdobramentos dos acontecimentos.
Envidamos uma luta relatada e divulgada em diversos eventos e o assunto foi também devidamente notificado ao Banco, por diversas vezes, conforme consta em nossos escritos. O nepotismo foi motivo de inserção da entidade junto às instâncias internas do BNB que poderiam ter encaminhado o problema – que classificamos como muito sério (do ponto de vista ético, do ponto de vista do uso dos recursos públicos, e do ponto da lisura).
Ao Banco cabe, urgentemente, corrigir as distorções, inclusive nas suas coligadas Camed e Capef. Aliás, nestas entidades o instrumento do concurso deveria ser prioridade.
- Pelo fim das Terceirizações no BNB;
- Pelo fim do nepotismo nas dependências do Banco;
- Pela imediata contratação dos concursados;
- Pela abertura de concurso público;
- Pela moralização do BNB e de suas coligadas.
* Assis Araújo é funcionário do BNB e diretor de Organização da AFBNB
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