A Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB) - entidade de representação nacional sediada em Fortaleza, com mais de cinco mil associados -, promoveu o debate “Por um BNB forte: valores éticos e desenvolvimento regional”, no Hotel Praia Centro, em Fortaleza. O evento fez parte do 42ª Reunião do Conselho de Representantes da AFBNB, realizado nos últimos dias 10 e 11 de agosto, e contou com lideranças da associação, bem como da diretoria do banco, como o presidente Paulo Sérgio Ferraro.
A palestra integrou a programação da 42a Reunião do Conselho de Representantes da AFBNB, congresso que reúne semestralmente funcionários do Banco do Nordeste (BNB) lotados em toda a sua área de atuação (Nordeste, norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo) e que são escolhidos por seus pares para representar a Associação nas suas unidades de trabalho.
IMPORTÂNCIA
Diante das recentes denúncias de corrupção no Banco do Nordeste, a AFBNB destaca a importância do debate. “A gente está em um momento favorável para discutir o tema diante de uma situação não muito confortável (do BNB). A participação de diversos segmentos do banco mostra que existe uma convergência de alguns pontos, que a gente entende que sejam necessários para o seu fortalecimento”, destaca a presidente da entidade, Rita Josina.
Josina enfatizou que é preciso convergir ações, tanto da diretoria, como dos trabalhadores. “E, nessa convergência, é necessário que pontos sejam debatidos, com foco no banco, enquanto que é preciso recompor sua respeitabilidade e o reconhecimento dos trabalhadores pelo trabalho que já fizeram e fazem pelo BNB”, afirma Rita.
O presidente do BNB também destacou a importância do evento, informando que o seu tema vai ao encontro da instituição no aspecto do avanço. “A Associação é parte integrante desse desenvolvimento que o banco procura realizar na região. A nossa presença aqui, de toda a diretoria, da presidência e do conselho, manifesta essa vontade de que haja uma integração com respeito, ética, diálogo aberto e transparente nessa condução da parceria entre a administração do banco e a AFBNB”, evidencia Ferraro.
Ao falar sobre as investigações acerca das irregularidades encontradas, ele informa que os fatos estão sendo apurados e os trâmites dentro do processo natural e normal. “As avaliações, por conta dos comitês, foram feitas a nível de empregados, e as execuções judiciais, a nível de empresários, já foram iniciadas, para recuperar os capitais emprestados”, pontuou o presidente.
ÉTICA PÚBLICA
O filósofo e docente da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Auto Filho, trouxe a discussão acerca da necessidade de um controle social da ética pública. Ele lembrou que o Brasil tem um sistema de ética pública, mas é um modelo em que setor público fiscaliza setor público. “O Legislativo fiscaliza o Executivo, o Judiciário fiscaliza o Legislativo, mas ninguém fiscaliza o Judiciário, nem o próprio Estado”, declarou o professor.
Para que a ética pública seja, verdadeiramente, cumprida pelos agentes públicos “é necessária uma fiscalização da própria sociedade, que precisa organizar mecanismos, instrumentos e instituições para fiscalizar o Estado, e ele fiscalizar o cumprimento dos valores éticos que já estão definidos na Constituição, na legislação ordinária e nos códigos de ética”, pondera Filho. “A proposta que venho fazer aqui é que nós, enquanto sociedade, assumamos esse papel de fazer o controle da ética pública no Brasil”, finalizou.
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13/08/2012
