Notícias

O Banco do Nordeste possui mais de 1700 funcionários em idade de aposentadoria. Há informações de que tais funcionários ainda não se aposentaram devido às perdas salariais que acumulam. Sobre esse e outros assuntos entrevistamos Rita Josina, presidente da Associação Nacional dos Funcionários do BNB (AFBNB).

 

A AFBNB tem discutido essa questão com o BNB? Existem propostas para viabilizar a aposentadoria desses bancários?

 

Rita Josina: Sim, a AFBNB tem discutido essa questão com o Banco, entre outras. Na verdade, essa demanda envolve a questão da dignidade previdenciária, que é uma das nossas maiores bandeiras de luta. Muitos funcionários do BNB, que já têm tempo de trabalho e idade suficiente para se aposentarem, não o fazem porque terão uma queda muito grande em seus rendimentos. Já cobramos diversas vezes que o Banco elabore uma política para seus trabalhadores para seus trabalhadores, garantindo-os, além de uma aposentadoria digna, qualidade de vida após o fim das atividades laborais na instituição. 

 

Temos conhecimento de que um grupo de trabalho no Banco está elaborando uma proposta voltada para os trabalhadores que já contribuíram bastante para o BNB e, portanto, merecem ser tratados com respeito e cuidado. Na última reunião que tivemos com o presidente interino, Paulo Sérgio Ferraro, no dia 17 de julho, ele nos confirmou que o Banco está finalizando uma proposta, que será apresentada nos próximos meses. Nossa expectativa é que a mesma adote medidas a serem tomadas em curto, médio e longo prazos, de forma que possa contemplar tanto os que já estão aposentados pelo INSS quanto os que se programam para fazê-lo.

 

Como a AFBNB avalia a postura da CAPEF em relação a essas demandas?

 

Rita Josina: Da mesma forma como acontece com a diretoria do BNB, temos cobrado sistematicamente a Capef no que diz respeito a garantir qualidade de vida e dignidade previdenciária aos seus beneficiários, os trabalhadores do Banco. Inclusive, solicitamos nos últimos dias reunião com a diretoria da Capef para para reiterarmos as cobranças relativas às demandas dos funcionários, que não são poucas e são recorrentes nas discussões das nossas reuniões do Conselho de Representantes. Avaliamos que deve haver uma postura mais contundente das diretorias da Capef e do Banco para que possamos solucionar pendências antigas e urgentes do funcionalismo.

 

Mudanças na aposentadoria gerariam impactos para os aprovados no último concurso e terceirizados. Qual a última informação em relação à convocação desses aprovados?

 

Rita Josina: Uma pequena parcela dos aprovados no último concurso do BNB, em 2010, foi convocada. Um absurdo! Ainda mais porque o Banco carece de funcionários para diminuir a pressão por metas e o ritmo de trabalho a que estão submetidos seus trabalhadores. Considerando que o Banco vem anunciando que irá aumentar a quantidade de agências, a convocação dos concursados precisa ser implementada urgentemente. 

 

Não podemos comungar com o caminho adotado pelo Banco, onde, ao invés de convocar os aprovados no concurso, faz o caminho contrário, ou seja, terceiriza cada vez mais um maior número de trabalhadores, contribuindo para a precarização deste trabalho. A convocação dos concursados é uma luta da AFBNB e sempre a ressaltamos como urgente e necessária em todos os fóruns que participamos.

 

A Campanha Nacional dos Bancários 2012 já começa a tomar forma. Como a AFBNB avalia as negociações e o cenário para o Banco do Nordeste?

 

Rita Josina: De antemão, vale dizer que a Campanha Salarial é importantíssima para a luta dos bancários, principalmente nos bancos públicos, como o BNB. O Banco há anos posterga o atendimento de demandas relevantes da categoria, como o  fim das terceirizações; transparência nos comissionamentos; convocação dos aprovados em concursos; incremento da tecnologia e maior estrutura nas agências; fim do trabalho gratuito e do assédio moral; revisão do Plano de Cargos; fim das distorções no Plano de Função; dignidade previdenciária e de saúde; reintegração dos demitidos; reposição das perdas salariais; quitação dos passivos trabalhistas; entre outros. Os funcionários não mais suportam que questões como essas sejam postergadas pela direção do BNB. Por isso, a Campanha Salarial deste ano se reveste de grande importância. 

 

Como sempre se comportou, a AFBNB mais uma vez se colocará na linha de frente da luta em defesa dos funcionários e estará durante todo o movimento se posicionando de maneira firme e autônoma, sem ceder diante das pressões patronais, que representem atos antidemocráticos e antissindicais. Neste ano que marca os 60 anos do BNB vamos fazer valer a real missão do Banco: o fortalecimento da região, a valorização dos funcionários e do povo nordestino!