O presidente interino do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Ferraro, afirmou que o trabalho da instituição, para as próximas décadas, é de grande importância para a região. “Em um mundo cada dia mais interconectado, moderno, com instrumentos financeiros sofisticados, uma verdadeira sociedade global não deve prescindir de uma instituição de desenvolvimento que articule e alavanque recursos para a região”, disse.
A opinião foi proferida durante a abertura do XVIII Fórum BNB de Desenvolvimento, que será encerrado hoje, na sede do Passaré. Também compuseram a mesa de abertura Dyogo Henrique de Oliveira (Ministério da Fazenda), Roberto Smith (presidente da Adece), senador José Pimentel, Luciano Coutinho (presidente do BNDES), Luiz Gonzaga Paes Landim (superintendente da Sudene), dentre outras autoridades. Na oportunidade, foram lançados o selo personalizado e o carimbo comemorativo, alusivos aos 60 anos do BNB.
Em seu discurso, o presidente interino Paulo Ferraro destacou as contribuições do BNB para as diversas mudanças econômicas e sociais experimentadas pela região Nordeste nos últimos 60 anos. Segundo ele, em boa parte desse período, o Nordeste cresceu mais do que o Brasil, experimentou uma urbanização acelerada, iniciou um processo de industrialização e diversificou sua estrutura econômica, tendo elevado sua renda per capita de US$ 2,2 mil em 1970, para quase US$ 5,6 mil no final de 2010.
“Esse Nordeste novo tem participação decisiva da iniciativa privada e do setor público no aumento dos investimentos, contando com o apoio essencial de instituições como o Banco do Nordeste. Em parceria com o Governo Federal, os governos estaduais, a sociedade civil organizada, e os funcionários do banco, estaremos sonhando a cada dia com uma sociedade mais justa e ambientalmente sustentável”, finalizou
DEBATES
Amanhã haverá um debate especial envolvendo os programas de microcrédito rural e urbano do BNB, Agroamigo e Crediamigo, respectivamente, na sessão sobre avaliação de políticas públicas, às 14 horas. Ela será presidida pelo superintendente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), José Narciso Sobrinho, e terá como expositores o professor da Universidade de São Paulo (USP), Gabriel Madeira, e o chefe do Centro de Políticas Sociais, filiado ao Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri.
De janeiro a junho deste ano, o Programa Agroamigo desembolsou mais de R$ 410 milhões na economia nordestina. O montante representa 106,5% da meta estipulada para o período, ultrapassando em R$ 25 milhões o valor planejado. Os recursos foram distribuídos em mais de 169,6 mil operações de microcrédito rural.
Durante os sete anos de atuação, o programa já contratou R$ 2,9 bilhões com os agricultores familiares de baixa renda, distribuídos em aproximadamente 1,7 milhão de operações de microcrédito rural, atendendo a 1.945 municípios da área de atuação do banco (ou 97,7% do total).
O Crediamigo é o maior programa de microcrédito da América do Sul e possui cerca de dois terços do mercado nacional de microcrédito. É autossustentável, gerando um lucro de R$ 50,00/ano, por cliente, e não depende de benefícios fiscais, aproximando-se do que se pode chamar “política social de mercado”.
Criado em 1998, o programa facilita o acesso ao crédito a milhares de empreendedores urbanos, em sua maioria informais, que desenvolvem atividades relacionadas à produção, à comercialização de bens e à prestação de serviços. O Crediamigo faz parte do Crescer - Programa Nacional de Microcrédito do Governo Federal - uma das estratégias do Plano Brasil Sem Miséria -, para estimular a inclusão produtiva da população extremamente pobre. Atualmente, possui mais de 1 milhão de clientes ativos. De janeiro a maio deste ano, injetou mais de R$ 1,5 bilhão, em valores contratados.
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