Mais dois funcionários do Banco do Nordeste (BNB) deixaram os cargos: Leorne Jucá, que exercia a função de gerente da Central de Operações (Cenop), e Carlos Maia, que era gerente executivo do setor. Ambos são citados no relatório da Controladoria Geral da União (CGU) como responsáveis por conceder crédito a projetos com orçamento sobrevalorizado e com garantias insuficientes.
A Cenop é a célula estadual responsável por analisar a concessão de crédito que teve parecer favorável na agência. Além de Leorne Jucá e Carlos Maia, o relatório da CGU cita gerentes de agências de Fortaleza e analistas de crédito da Cenop. As destituições foram confirmadas pelos dois funcionários, sem manifestação oficial do Banco, que também não comentou outras possíveis destituições e exonerações.
Deslocado para o Ambiente de Produtos e Serviços Bancários, Maia alega que análise de concessão de crédito não era competência de sua função na Cenop. O que lhe cabia era delegar aos analistas do setor, diz ele. “Os valores não são verificados pela gerência executiva, são feitos pelos analistas”, explica. Leorne não revelou para que setor foi deslocado e disse preferir não se pronunciar enquanto não houver comunicado oficial do BNB.
Transparência
Rita Josina, presidente da Associação de Funcionários do Banco do Nordeste (AFBNB), reclama da falta de transparência do Banco sobre destituições e exonerações de funcionários envolvidos nas denúncias de concessões de empréstimos irregulares. “Solicitamos à diretoria clareza sobre esses processos, mas até agora nada. O que ouvimos são rumores de que alguém deixou o cargo”, comenta.
Em nota, a assessoria de imprensa do BNB afirmou que não divulga nome nem quantidade de empregados afastados. “Todos os empregados do Banco que estiverem comprovadamente envolvidos em irregularidades serão submetidos aos devidos processos administrativos e disciplinares, na forma da legislação vigente”, cita a nota divulgada.
Estão sob investigação no BNB dez operações de crédito, realizadas no período de março de 2009 a abril de 2011, tendo como mutuárias seis empresas.
As investigações da CGU foram realizadas entre 17 de outubro de 2011 a 14 de março de 2012. Além dela, a Polícia Federal e uma auditoria interna do BNB investigam essas operações de crédito.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Relatório da Controladoria Geral da União (CGU) aponta que foram realizadas dez operações de crédito irregulares no BNB entre os anos de 2009 e 2011, tendo seis empresas como mutuárias.
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04/07/2012
