Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estiveram reunidos nesta terça-feira (26) com o superintendente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Expedito Neiva, em Alagoas, para discutir a questão da política agrária e do crédito estiagem para a população do campo. No encontro, os agricultores denunciaram o desmonte na política agrária brasileira patrocinado pelo governo Dilma atrelado ao agronegócio.
A reunião ocorreu após mobilizações realizadas na manhã desta terça-feira. Mais de 1.500 famílias camponesas, vindas dos assentamentos das diversas regiões de Alagoas, ocuparam as agências do BNB, em Arapiraca e Mata Grande, e da sede da Superintendência Estadual do banco, em Maceió.
José Roberto, da Direção Nacional do MST, explicou que o acesso às políticas de crédito operacionalizadas pelo BNB dependem da execução de outras demandas complementares, como a Assistência Técnica (Ates), e que os beneficiários desta e de outras políticas estão afastados de seus direitos por ingerência dos governantes.
O superintendente do BNB reafirmou a legitimidade das lutas empreendidas pelos camponeses e se dispôs a interceder em toda sua alçada para resolução das demandas dos sem terra. Neiva concordou que as políticas deveriam ser estruturantes, e não pontuais, e sinalizou com a desburocratização do acesso ao crédito estiagem através do atendimento direto nas agências do BNB, que contemplam os 33 municípios reconhecidos pela Defesa Civil Nacional como em estado de emergência.
Apenas as famílias com dívidas a serem negociadas demorarão mais (entre três semanas e um mês) para receber o aporte de R$ 12.000,00 para aplicarem em seus lotes. Estas famílias farão o compromisso com o BNB, tanto para o recebimento do crédito especial como para a renegociação das dívidas adquiridas, concomitantemente.
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