Saiu na Imprensa

Representantes do setor econômico da Região dão ao BNB o papel de protagonista no desenvolvimento das economias do Nordeste. O crédito barato financia do micro ao grande empreendedor

 

Se há quem cogite o esvaziamento do Banco do Nordeste (BNB), diante dos escândalos que recaíram sobre a diretoria da estatal, nas últimas semanas, instituições que representam a indústria, a agricultura e o empreendedorismo não admitem qualquer mudança na atuação da instituição. Para eles, é o banco o grande responsável por colocar na mira do habitante do Nordeste a visão empresarial que hoje financia e estimula o desenvolvimento da Região.

 

O POVO conversou com representantes das indústrias do Ceará e de Pernambuco, com os representantes estadual e federal da agricultura familiar e ainda com um dos braços do Governo para o empreendedorismo formal no Brasil, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae-CE).

 

Todos eles destacam a importância do BNB para o fomento da economia nordestina e assim defendem o fortalecimento do capital do banco, mas também criticam a postura burocrática e a falta de assistência aos beneficiados com o microcrédito. Falhas que, para eles, se colocam como os desafios da futura gestão do BNB.

 

Desenvolvimento

O presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Roberto Macêdo, considera que o BNB cumpre o papel original para o qual foi criado: acelerar o desenvolvimento do Nordeste. 

 

Para se ter ideia, de 2002 a 2011, foram mais de R$ 102 bilhões investidos pelo banco em todos setores da economia. Mas o empresário teme o esvaziamento da estatal. “O BNDES vem assumindo o papel de banco de desenvolvimento social, sendo esvaziados os bancos regionais. Essa concentração no BNDES está acelerando”, ressalta.

 

Por isso, para Macêdo, é fundamental capitalizar e dar novo fôlego ao BNB, para que se continue financiando o desenvolvimento de forma regionalizada. Um aporte de R$ 4 bilhões já tramita no Congresso. “Tudo que está aí, nos últimos 25 anos, foi feito através do BNB”, afirma.

 

O assessor econômico da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Jocildo Fernandes Bezerra, vai além. Defende que o BNB contribui, “de forma expressiva”, para a criação de uma cultura empresarial no Nordeste. “A atuação do BNB levou o Nordeste a uma visão de futuro e perspectiva empresarial”, diz.

 

Já o superintendente do Sebrae-CE, Carlos Cruz, que também é funcionário de carreira do BNB, defende que o banco trouxe competitividade às micro e pequenas empresas do Nordeste. “As mais baixas taxas de juros do mercado e a longa extensão de crédito geram menos ônus às empresas ”, diz.

 

Segundo Cruz, se considerarmos que 98% das empresas do Nordeste são micro e pequenas, e que geram 65% dos empregos, fica mais evidente a importância do microcrédito do BNB para a economia da Região. Mas o superintendente critica o “entulho burocrático” que paira sobre a estatal.

 

Cruz também defende o fortalecimento da instituição que hoje, para ele, “é o ponto de equilíbrio no desenvolvimento das regiões do Brasil”.

 

Onde

 

ENTENDA A NOTÍCIA

 

A atuação do BNB abrange Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, e ainda Minas Gerais e Espírito Santo incluídos na área de atuação da extinta Sudene.

 

NÚMEROS 

 

102

Bilhões de reais É valor aplicado pelo BNB de 2002 a 2011 

 

16,5

Bilhões Esse foi o número de operações de crédito no período 

 

700

Mil é o número de famílias rurais atendidas pelo BNB