A Associação dos Funcionários do BNB manifestou o pedido de afastamento de envolvidos em fraudes
Com a saída de Jurandir Santiago da presidência do Banco do Nordeste (BNB), a escolha do novo presidente é um dos principais alvos de atenção por parte de políticos, gestores, funcionários e pessoas direta ou indiretamente ligadas à instituição, diante do receio de possível enfraquecimento do banco, especialmente em um momento no qual se discute a exclusividade na operação do de Fundo Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).
Ontem, a Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB) publicou, em seu site, diversas notas nas quais destaca a preocupação com o suposto envolvimento de Jurandir Santiago nas denúncias referentes ao escândalo dos kits sanitários no município de Ipu.
O receio da entidade também se refere à manutenção de funcionários do banco que estão sendo investigados por conta de indícios de fraudes.
A Associação informou que irá entregar, na próxima semana, um abaixo-assinado à Presidência da República reivindicando "a apuração dos fatos, o afastamento imediato de todos os envolvidos e a punição exemplar dos culpados".
A presidente da entidade, Rita Josina, salientou os pontos listados pela associação como critérios a serem utilizados para a escolha do novo presidente, entre os quais se destacam conhecimento das questões econômicas e sociais do Nordeste e do Brasil, tradição de gestão transparente e autonomia e isenção perante setores partidários e interferências políticas.
"As novas nomeações não devem se dar só por caráter político", comenta o deputado federal Eudes Xavier (PT-CE), salientando o risco de "retrocesso" quanto à atuação do banco.
Enfraquecimento
Nesse momento de instabilidade, no qual a imagem do banco está fragilizada, destaca o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), a retomada da credibilidade da instituição é fundamental para que o banco não saia ainda mais enfraquecido da situação de crise.
Uma das preocupações, diz, é evitar que as denúncias de irregularidades sejam usadas para corroborar o discurso de que o BNB não deve ter exclusividade na operação do FDNE. "Não se deve deixar que aconteça com o banco o que aconteceu à Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), ao Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas)".
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