Em entrevista ao O POVO, publicada em 16 de junho, o ex-presidente do Banco do Nordeste (BNB), Nilson Holanda, menciona o prejuízo do Banco do Brasil de US$ 12 bilhões, o maior da história bancária do mundo no período, em 1995. Conforme comenta, “possivelmente, grande parte desses prejuízos resultou de operações feitas a mando do governo central”.
A referência de Holanda está no contexto das investigações pelas quais passa o BNB. Ele criticou as supostas grandes interferências político-partidárias nas operações bancárias, o que pode se responsável pelas irregularidades investigadas.
“Em função da experiência que acumulei, em outras áreas do governo, no nível nacional, depois que deixei o BNB, sinto-me credenciado para afirmar que o BNB de minha geração - nos seus primeiros 25 anos que eu conheci bem - foi uma das instituições mais extraordinárias deste País, um verdadeiro ‘milagre institucional’”, comenta em nota ao O POVO.
Ele lembra que, quando deixou o instituição, em 1979, o BNB era quarto maior banco do País em aplicações financeiras. Hoje, é o décimo. Durante 44 anos (de 1956 a 2000), foi a única instituição financeira federal que nunca teve prejuízos nem criou problemas financeiros ao governo.
Nesse mesmo período, foram extintos três bancos federais: o Banco Nacional da Habitação (BNH), o Banco Nacional de Crédito Cooperativo e o Banco de Roraima - Roraima era, então, território federal.
“Em 2001, esse recorde do BNB seria perdido, quando teve de ser reconhecido o seu primeiro prejuízo depois de 44 anos (fora os três primeiros meses da implantação em 1955) de balanços positivos”, lembra.
Até ontem, o BNB havia demitido três funcionários - dois dos quais terceirizados -, e afastado outros 14 colaboradores por envolvimento em irregularidades que estavam sendo investigadas pela auditoria do banco desde julho de 2011. Até agora, nenhum cargo de diretoria foi afetado.
|