Os diretores estariam sendo avaliados pelo Ministério da Fazenda, que pensa em poupar Jurandir Santiago
Na faxina iniciada na semana passada no quadro dos funcionários do Banco do Nordeste (BNB), em decorrência do esquema de fraudes e desvios de dinheiro em operações financeiras registradas entre o fim de 2009 e início de 2011, pelo menos dois novos nomes de peso na diretoria da instituição estão sendo apontados para engrossar a lista de demissões. Parlamentares cearenses com trânsito fácil no Ministério da Fazenda apontam que os diretores de Gestão de Desenvolvimento e de Controle de Riscos, respectivamente, José Sidryão de Alencar Júnior e Isidro Morais de Siqueira, devem ser os próximos a cair.
Além de serem integrantes da diretoria em gestões anteriores, os dois executivos, segundo um dos parlamentares, estariam envolvidos nas operações fraudulentas realizadas no BNB e que vêm sendo investigadas pela Polícia Federal, pela Controladoria Geral da União (CGU) e por auditorias do próprio banco. "Estes dois - José Sidryão e Isidro Siqueira - estão em situação difícil", avalia o deputado, pedindo para não ser identificado.
Presente
Segundo a mesma fonte, o presidente do BNB, Jurandir Santiago, deverá "ser poupado", ganhando de "presente", - nesta semana em que comemora o primeira aniversário à frente da instituição, - a possibilidade de continuar no cargo. Conforme disse, "a escolha do presidente do BNB passa pela articulação dos governadores do Nordeste" e Santiago teria o apoio político dos governadores Cid Gomes, do Ceará, Eduardo Campos, de Pernambuco, Wilson Martins, do Piauí, e Ricardo Coutinho, da Paraíba, todos do PSB.
Segundo o parlamentar, a avaliação do Ministério da Fazenda é positiva em relação à forma como Jurandir Santiago estaria conduzindo as investigações das fraudes. Conforme o BNB confirmou, com exclusividade para o Diário do Nordeste, quarta-feira, R$ 67 milhões das operações fraudulentas já foram contabilizadas como passivo contingente, de difícil recuperação.
Nada a declarar
A reportagem enviou uma série de perguntas ao presidente do BNB, sobre possíveis mudanças na direção e sobre que medidas pretende adotar para evitar que novas fraudes aconteçam na instituição, mas a resposta foi que "o banco não irá se pronunciar sobre o assunto". Foram procurados também os dois diretores citados, mas a direção da instituição também não respondeu.
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