Dilma Rousseff chamou presidente do banco para ouvir explicações sobre fraude em empréstimos
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que ontem confirmou a destituição do chefe de gabinete da presidência, Robério Gress do Vale - citado em investigações por suposto envolvimento em fraude na concessão de empréstimos -, anunciou à noite que a lista de afastados mencionados no escândalo aumentou. Foram exonerados pelo menos mais dois servidores, que atuavam como gerentes nas agências Fortaleza-Centro e Maracanaú. O banco não identificou os outros funcionários.
Ontem, o presidente do BNB, Jurandir Santiago, foi convocado à Capital Federal pela presidente Dilma Rousseff. Extra oficialmente, a informação que circulou era de que nomes da própria diretoria do banco também devem ser remanejados para outras áreas. Na reunião, Dilma teria cobrado explicações sobre a dimensão da fraude e como se deu a participação dos servidores. O POVO ligou várias vezes para o celular de Jurandir, mas as chamadas não foram atendidas. Fontes em Brasília e no Ceará informam que Jurandir Santiago deve continuar no cargo.
As irregularidades investigadas teriam sido cometidas entre 2009 e 2011. Na sexta-feira, o site da revista Época divulgou que o desvio de dinheiro na instituição chegaria a mais de R$ 100 milhões. Além de quatro sindicâncias internas do BNB, o caso é apurado pela Controladoria Geral da União (CGU), Ministérios Públicos Federal e Estadual e Polícia Federal.
Há 20 dias, segundo um parlamentar cearense, a presidente Dilma já teria comentado reservadamente sobre desejo de mexer na cúpula do banco, mas até ali sem apontar em quais cargos. O escândalo, naquele momento, já seria do conhecimento da Presidência da República
Robério Gress estava na chefia de gabinete do BNB desde 2004. Ele é funcionário do banco há 28 anos. Conforme nota, “o banco não se pronunciará sobre os motivos da decisão” e o servidor deverá ser remanejado para outra área.
Segundo a Época, três empresas de irmãos da mulher de Gress obtiveram empréstimos de quase R$ 12 milhões. No relatório de empréstimos analisados concedidos em 2010, foram identificados erros na concessão, acompanhamento e cobrança dos financiamentos liberados.
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