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Saiu na Imprensa

  25/05/2012 

Com desenvolvimento atual, só em 62 anos avanço do PIB expressivo no NE

Secretário do Ministério da Integração Nacional mostrou desigualdades sociais que ainda separam regiões no País

Se o Nordeste brasileiro mantiver o ritmo de desenvolvimento econômico atual, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita da região só chegaria à marca de 75% do valor nacional em 2074, daqui a 62 anos. A observação é do secretário Nacional de Desenvolvimento Regional, do Ministério da Integração Nacional, Sérgio Duarte de Castro, que esteve ontem, em Fortaleza, participando do lançamento do Prêmio Celso Furtado de Desenvolvimento Regional, no Banco do Nordeste.

Em breve, mas respaldada apresentação, Castro tratou das profundas desigualdades sociais, que ainda separam os Estados do Norte e do Nordeste do País, dos do Sul e Sudeste, falou dos avanços, destacou os desafios e apontou alguns caminhos, traçados pelo atual governo, para acelerar o processo de desconcentração industrial no Centro Sul e promover o desenvolvimento regional.

Em um diagnóstico preliminar, Castro mostrou que em 2009, enquanto o Nordeste reunia 28% da população brasileira e contava com participação no PIB de 10%, - porcentual que se mantém desde a década de 1980 - ,os três Estados do Sudeste concentravam 56,4% do PIB Nacional, dos quais São Paulo, sozinho, concentra 37,9%. Numa leitura dos valores percentuais de transformação industrial (VTI), entre os anos de 1968 a 2009, ele mostrou que o Nordeste até que avançou, subindo de 5,9%, no início da década de 1970, para 10,3%, em 1984; 7,4%, em 1995, para retornar aos 10%, somente em 2009.

Na outra "ponta" mais rica, o Sudeste concentrava em 1968, 81,3% do VTI e que agora mantém-se em 60,5%, o que revela uma queda substancial da concentração industrial na região, mas , conforme ele próprio destaca, "ainda distante das regiões menos desenvolvidas. De acordo com ele, essa diferença foi fruto de uma "fragmentação da nação", decorrente da ausência de planejamento e de um projeto nacional de desenvolvimento, registrados, sobretudo, na década de 1980, durante o período do neoliberalismo econômico.

Retomada

Segundo ele, o processo de desconcentração industrial e de redução das desigualdades regionais - iniciado na década de 1970, - só foi retomado na década de 2000, ainda assim de forma pontual. Conforme disse, o Nordeste foi beneficiado pelo avanço das fronteiras agrícolas, transferência de parte dos setores têxtil e de calçados à região, motivada pelos incentivos fiscais, pela busca por mão de obra barata e dos recursos dos fundos constitucionais, como o FNE e FDNE, do Banco do Nordeste, além dos programas sociais.

Sérgio Castro reconhece, no entanto, que tais políticas têm fôlego curto, não são sustentáveis, sem uma mudança na estrutura econômica, que permita promover o desenvolvimento produtivo e social locais. "O Brasil precisa distribuir melhor a sua estrutura econômica e produtiva de formas regional e intraregionais", destacou.

Caminhos

Nesse sentido, ele explica que, nos últimos dez anos, avanços já foram registrados, mas que agora voltam a ganhar forças, a partir da nova política de desenvolvimento regional do País. Para ele, o caminho está na integração das políticas de infraestrutura, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com os planos nacionais de apoio logístico e de educacional, com as estratégias nacionais de ciência e tecnologia e com o plano Brasil maior, - que é a nova política industrial do País - tudo integrado no Plano Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR).

De acordo com ele, o PNDR começará a ganhar forma agora, a partir de reuniões regionais, em julho próximo, e das macro regionais, em setembro; que culminarão com uma grande conferência nacional, que correrá em dezembro em Brasília.

Doença venezuelana

Debatedor do painel sobre as políticas públicas para solução das desigualdades regionais, no BNB, o professor da UFC, o economista, Jair do Amaral, avalia que a estratégia adotada agora pelo governo é acertada. "Combinar os programas específicos de inclusão produtiva, com os programas de infraestrutura e sociais nos parece uma estratégia acertada", aponta Amaral.

Para ele, o que preocupa é como os frutos desse modelo, pautado em grandes empreendimentos, irá chegar à população, como ela participará desse processo, como será beneficiada com a renda gerada por tal política econômica. Numa referência aos projetos estruturantes, como refinarias e siderúrgicas, ele teme que o Nordeste seja acometido da "doença venezuelana", onde a política do petróleo está absorvendo toda a energia produtiva da Venezuela.

Fonte: Diário do Nordeste
Link: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1141456
Última atualização: 25/05/2012 às 15:33:12
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