Jurandir quer que o banco continue como principal operador do fundo, mesmo perdendo exclusividade
O presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Jurandir Santiago, foi taxativo na primeira vez em que se pronunciou oficialmente sobre a polêmica da perda ou não da exclusividade da instituição acerca da utilização do dinheiro oriundo do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). "Se ficar exclusivo, nós vamos continuar aplicando os recursos. Se não ficar, vamos trabalhar para ser o principal agente operador do fundo no Nordeste brasileiro", afirmou, durante a abertura do 8º Feirão de Imóveis da Caixa Econômica Federal, em Fortaleza.
Segundo ele, o BNB está pronto, sozinho ou com a concorrência dos outros bancos públicos, para continuar sendo o principal parceiro no financiamento ao desenvolvimento da região. Jurandir justificou, ainda, que é possível continuar como líder nas operações desse fundo específico por causa das vantagens sobre os demais operadores.
"Até pela experiência que a gente já adquiriu nos financiamentos dos programas e pelo próprio conhecimento da região Nordeste, que temos mais do que os outros parceiros bancos públicos", disse.
O presidente do BNB, porém, evitou entrar na discussão do mérito da Medida Provisória (MP) 564/ 2012, que, se aprovada no Congresso Nacional, vai permitir que outras instituições financeiras (Banco do Brasil e Caixa Econômica) possam compartilhar a utilização dos recursos do FDNE, voltados para grandes projetos estruturantes.
"Isso é um coisa que está em discussão pela bancada. Quem vai decidir, na verdade, são os deputados federais e os senadores, que estão discutindo a MP, com o intuito de ver qual é a proposta final que será encaminhada para aprovação. Esta decisão não cabe a nós do BNB".
Discussão salutar
Sobre o processo que vem decorrendo antes da votação da MP 564, Jurandir Santiago avaliou como "salutar" para a região. Na opinião dele, a "financeirização" do fundo é positiva.
"O FDNE até antes da MP é o um fundo estritamente orçamentário, ou seja, o governo Federal coloca o orçamento para aquele ano e os empréstimos são realizados e os pagamentos, quando eram feitos pelas empresas voltam para o Tesouro Nacional. Com a financeirização, os pagamentos passam a constituir o fundo, possibilitando novas aplicações", ratificou.
Jurandir também comentou as motivações que levaram ao surgimento da MP. "Hoje, as aplicações do FNDE, na hipótese de um dos financiamentos não fosse honrado, o banco arcaria com 10% e o restante o próprio FDNE. Com a mudança, esse risco passa a ser de 100% do banco Isso motivou a MP", pontuou.
ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA/ ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTERES
|