O temor que aconteça com o Banco do Nordeste (BNB), o mesmo esvaziamento que ocorreu com a Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) ainda ronda o segmento industrial cearense. Às vésperas do relator da medida provisória MP 564/2012, o deputado Federal Danilo Forte (PMDB-CE), emitir parecer final sobre as alterações previstas para o banco, o setor volta a cobrar maior atenção à instituição financeira.
"A perda da exclusividade (de operação do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste - FDNE) nos preocupa porque pode significar o esvaziamento do banco", revela o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), o industrial Roberto Proença de Macêdo. Para ele, a perda da exclusividade da administração dos recursos do Fundo para o Banco do Brasil e Caixa só será compensada se o BNB for capitalizado, ou seja, se receber aporte novo de recursos, no capital social , de R$ 10 bilhões.
Prestígio
"Se vier mais dinheiro (para o BNB) não há problema", avalia Macedo, para quem o ritmo operacional financeiro do banco vem caindo "porque não está sendo prestigiado pelos próprios governantes nordestinos". Para o empresário, "os mecanismos regionais de crédito devem ser fortalecidos".
"Essa questão virou partilha partidária. A solução está sendo discutida de forma mais política, do que técnica", frisa Macêdo, ao cobrar maior empenho dos governadores nordestinos, na defesa do BNB.
Quanto à financeirização e à ampliação de 10% para 100% dos riscos das operações, ele avalia como positivas, "porque podem tornar as análises de concessão de crédito do banco mais técnicas do que políticas".
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