Ainda não está definido quanto será destinado ao Ceará, mas o Estado deverá receber, pelo menos, R$ 5 milhões
A visita de todos os secretários de Agricultura do Nordeste ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na semana passada, convenceu o presidente da instituição financeira, Luciano Coutinho e o restante da diretoria da entidade. O banco anunciou, ontem, que vai liberar R$ 50 milhões para a região do semiárido, que inclui, também, a região Norte de Minas Gerais.
A verba é proveniente do Fundo Social, um recurso não reembolsável do banco para o investimento em Projetos Produtivos. Mais do que simplesmente atender às necessidades de caráter emergencial, o dinheiro será utilizado para investimentos em projetos produtivos para amenizar o problema da estiagem em um prazo mais alongado.
De acordo com o titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA), Nelson Martins, o Estado ainda não sabe quanto irá receber, mas o valor deverá ser de no mínimo de R$ 5 milhões.
Nova reunião
"Na próxima semana, haverá outra reunião com todos os secretários de Agricultura para definir quanto vai ficar para cada. Um dos critérios é a quantidade de pessoas atingidas pelos efeitos da estiagem. No Ceará, mais de 90% da área rural está com dificuldades", conta, ressaltando que, no Estado, o dinheiro será utilizado para instalar pequenos sistemas irrigados, também conhecidos como quintais produtivos, próximos a áreas que possuam açudes, rios, ou outra fonte de água. "O valor de cada sistema de irrigação local para agricultura familiar desses varia muito. Mas, em média, custa R$ 10 mil", confirma.
Milho
Nelson Martins também falou sobre a questão do milho. Praticamente um mês atrás, ele esteve com o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos, que havia se comprometido em ajudar a proposta de baixa o preço da saca de 60 quilos para o preço mínimo. Isto ampliaria a remessa do grão para o Estado, que, atualmente, necessita de 300 mil toneladas.
"A ideia original é que viessem 30 mil toneladas por mês. Já estão chegando 15 mil toneladas, e outras 30 mil virão até junho. Mas ainda com o preço de R$ 33. É preciso que o governo assine portaria que regulamenta baixar o valor para R$ 18. Mandamos ofício e o governador já entrou em contato com eles, em Brasília. Estamos aguardando essa medida para ampliar a remessa de milho para o Ceará".
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