O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nélson Barbosa, afirmou no fim da a audiência pública conjunta das Comissões Mistas da Câmara e do Senado que analisam a admissibilidade das Medidas Provisórias (MP’s) 563/12 e 564/12 que cuidam do Plano Brasil Maior, que o Banco do Nordeste (BNB) vai ter que apreender a conviver com a nova realidade econômica imposta ao País e a região nordestina.
Porém, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) não deixou por menos e insistiu na tese da capitalização do BNB. Mas tanto ele quanto Barbosa, se recusaram a reconhecer uma queda de braço entre a área econômica do governo federal e a Bancada do Nordeste.
Para o representante da Fazenda, o BNB terá que se adequar a nova realidade que o governo quer impor na região, conforme o texto da MP 564 que a presidenta Dilma Reousseff enviou para o Congresso Nacional no sentido de que o principal agente de fomento para o Plano Brasil Maior, inclusive, nos nove Estados nordestinos será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“... lógico que sem onerar a capacidade do limite, de empréstimo, de pagamento, como o Jenner (secretário dos Fundos de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional) colocou aqui, mas eventualmente o próprio desenvolvimento do Nordeste vai requerer que o Banco do Nordeste se adapte”, encerrou Nélson Barbosa na sua participação de hoje na audiência realizada no plenário 15, da ala Alexandre Costa do Senado Federal.
Mas para o senador Inácio Arruda “não vai cair (nenhum) braço, não”, disse ele a reportagem da Agência Política Real quando provocado se o confronto pela capitalização do BNB é, sim, uma queda de braço entre a Bancada do Nordeste e a equipe econômica do governo federal.
“Eu acho que vai ter a capitalização. Eu acho que é muito importante para o Nordeste. É que às vezes a Fazenda não tem todas as informações. Não está compreendendo por quais razões, senadores e deputados do Nordeste brasileiro, estão buscando aumentar o capital social do banco. Quer dizer que se tem hoje uma carteira de solicitações, de projetos em análise pelo banco que vão a mais de R$ 50 bilhões. Então se não tiver a capitalização do banco, nós não vamos operar estes projetos, não vamos materializar”, comentou.
E o senador comunista do Ceará disse mais:
“A nossa defasagem é muito grande em relação ao Brasil. É muito grande e nós não estamos nem falando com relação ao mundo. Nós não estamos nem discutindo esse assunto. Estamos falando em relação ao Brasil”.
Questionado se a área econômica do governo federal vai ter que engolir a aprovação da capitalização do BNB, Inácio Arruda disse que “não é engolir. Nós só vamos autorizar e eles é que vão analisar”.
“É claro que se nós não dermos este passo, não vamos dar os outros. Vamos ficar parados. Entendeu? Então a passagem por aqui com a autorização oferecida pelo Congresso Nacional é muito importante porque com a autorização, nós podemos sentar a mesa com a Fazenda e, talvez, a Fazenda possa ter todos os números, todas as informações da importância que é você garantir a capitalização”, finalizou o senador.
Já o secretário-executivo da Fazenda, quando questionado pela reportagem se há a queda de braço entre a área econômica e os parlamentares nordestinos, ele respondeu que isso é do jogo político e da negociação.
“Não se tem necessidade de aumento de capital agora. Eu vejo um processo natural de negociação sobre isso. A gente vai apresentar a nossa visão, eles vão apresentar a deles e o Congresso vai tomar a decisão soberana dele”, afirmou.
Fonte: Por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.
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