No encontro de apresentação do programa de crédito Bom para Todos ontem pela manhã, em Fortaleza, Luís Carlos Moscardi, superintendente do Banco do Brasil no Ceará, afirmou que o banco é capaz de operar o Fundo para o Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). Segundo ele, o banco tem expertise na área, pois opera o Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO).
Para ele, a partilha do fundo, proposta pelo governo federal, será positiva, por democratizar o fundo. “Não existe sobreposição. Mas o Banco do Brasil tem muita capilaridade. No Ceará , por exemplo, tem cidades onde só tem Banco do Brasil. É ruim deixar essas pessoas à margem porque lá não tem gente do banco A ou B.”
Moscardi diz que o Banco do Brasil ainda não foi notificado oficialmente sobre a Medida Provisória 564, que determina, entre outras coisas, a retirada da exclusividade do Banco do Nordeste em operar o fundo, compartilhando-o com outros bancos federais. O que deve acontecer em breve, segundo ele. “É uma coisa que sabemos que vai acontecer, acredito que será em breve, mas ainda não chegou nada oficial”, revelou.
Bom pra Todos
Os benefícios do Bom pra Todos, campanha do Banco do Brasil para redução de juros e educação financeira, foram apresentados ontem pelo superintendente do banco no Ceará, Luís Carlos Moscardi, para as micro e pequenas empresas.
O evento contou com a participação de representantes do Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae-CE) e de gerentes de agências no Estado. A campanha faz parte da estratégia do banco para aumentar sua carteira de crédito entre 17% e 25% este ano, segundo Moscardi, enquanto a expectativa de crescimento do mercado é de 9% a 12%.
A expectativa do banco é aumentar o volume de operações para compensar os efeitos da redução dos juros, movimento coordenado pelo Governo Federal e capitaneado pelo BB. “O banco quer por mais gente no jogo. A gente reduziu os juros, uma ação ousada, para que, lá na frente, com margem menor e volume maior, a conta feche”, explica Moscardi. Ele também acredita que, com isso, o banco consiga reverter o processo de desvalorização no mercado, que chegou a 11,6% desde abril, quando começou o corte das taxas de juros.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Ao investir em um programa de microcrédito com juros baixos no Ceará e operar recursos do FDNE, o Banco do Brasil avança sobre áreas antes dominadas exclusivamente pelo BNB, o que pode enfraquecer o banco.
Saiba mais
Programa inclui educação financeira
O programa Bom pra Todos foi criado para beneficiar as pessoas físicas e as micro e pequenas empresas. O anúncio foi feito no início de abril, logo que o banco anunciou a redução das taxas de juros.
Fazem parte da campanha a redução dos juros, o aumento do crédito e, para empresas, também a assessoria financeira.
A assessoria financeira serve para auxiliar o cliente a obter o crédito mais adequado, com alertas via celuar sobre uso do cheque especial, cartão de crédito e parcelamento automático das dívidas.
Para o superintendente do Banco do Brasil, Luís Carlos Moscardi, o Bom pra Todos tem a seu favor a capilaridade do banco. No Ceará, o BB tem agências em 156 municípios e está presente em todos os 184 por meio do Banco Postal – parceria com os Correios.
Em um primeiro momento, o microcrédito produtivo orientado estaria disponível apenas nas agências do banco, de acordo com o superintendente.
“Mas, a partir do segundo semestre, deve estar a partir de forte capacitação. Para o segundo semestre, deve haver outro portfólio do banco a ser trabalhado nos Correios”, completa.
O encontro de ontem com a presença do superintendente do BB também marcou a assinatura do protocolo de intenções entre BB e Sebrae para acesso às linhas de crédito do Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) urbano, Proger Turismo, microcrédito produtivo orientado e cartão BNDES, que é crédito rotativo e pré-aprovado destinado às micro, pequenas e médias empresas.
É possível simular empréstimos no site do Banco do Brasil no
www.bb.com.br.
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