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Saiu na Imprensa

  06/03/2012 

Fraternidade e saúde pública

O Censo 2010 revelou o progresso social ocorrido no Brasil nos últimos anos. Contudo, há regiões no País em que os habitantes sobrevivem em situação de extrema pobreza, sem a mínima dignidade humana.

 

Apesar do crescimento experimentado pelo Ceará nos últimos dez anos, este se encontra entre os dez estados em que muitos moradores não têm acesso à água encanada e/ou ao serviço de coleta de esgoto. Há 171.277 domicílios cearenses sem banheiro ou vaso sanitário, o que corresponde a 7,2%, quase o triplo da média nacional. Entre aqueles que possuem banheiro ou vaso sanitário, apenas 32,76% têm estrutura de escoamento dos dejetos através da rede de esgoto e 10,62% são dotados de fossas sépticas. Nos demais (49,38%), o destino dos dejetos é inadequado.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 65% das doenças no Brasil são decorrentes da falta de saneamento básico nas cidades. Cada dólar investido em saneamento básico redunda em economia de, pelo menos, quatro dólares com a prevenção de doenças. O saneamento ambiental gera economia em saúde e melhoria na qualidade de vida da população. A Campanha da Fraternidade 2012 foi muito feliz na escolha do tema “Fraternidade e saúde pública” e do lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”, sobretudo em um país que padece com as deficiências na saúde pública.


É natural indignarmo-nos quando programas governamentais, criados para mitigar a fome e oferecer melhores condições de moradia e higiene à população desassistida, não alcançam êxito por conta de improbidade administrativa, certeza da impunidade e falta de amor ao próximo.


Um fato recente no Estado se refere aos kits sanitários pagos e não construídos nos domicílios que carecem desse bem. Atinge-se o auge da miséria humana quando sequer nossas necessidades básicas são atendidas com dignidade. A usurpação desse direito é irresponsável e criminosa, não merecendo o beneplácito da impunidade. A lei natural e a humana foram feridas.


A justiça divina dar-se-á por si mesma, independente de nosso arbítrio. Contudo, espera-se também que o caso seja devidamente investigado e os responsáveis sujeitos aos rigores da lei humana. Caso contrário, perderemos o que há de mais nobre em nossas vidas: a esperança de um mundo mais humano e justo. Para a saúde difundir-se sobre a terra, é importante a nossa participação, com espírito comunitário e zelo pelos direitos e deveres de todos.


Celina Côrte Pinheiro

Médica

Fonte: Jornal O Povo/artigo
Última atualização: 06/03/2012 às 11:20:32
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