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Saiu na Imprensa

  31/01/2012 

Dnocs, uma visão histórica

"As ações do Dnocs sempre se posicionaram, de modo adequado e científico, na perspectiva do desen-volvimento socioconômico do Nordeste "

Tenho orgulho de ter participado direta ou indiretamente da briosa e heroica história desse extraordinário organismo do Governo Federal denominado Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). A partir de 1958, quando ingressei no Dnocs passei a me interessar e admirar a corajosa trajetória desse grandioso organismo que tinha como finalidade principal buscar a água para prevenir ou, pelo menos, atenuar os efeitos calcinantes e catastróficos das secas no Nordeste.

As ações do Dnocs, embora norteadas no sentido da construção de obras de engenharia, sempre se posicionaram, de modo adequado e científico, na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico do Nordeste brasileiro.

Causa-me grande admiração por todos aqueles dirigentes e funcionários que no início do século XX, deixando seus lares e familiares no Rio de Janeiro, sede do Dnocs, se aventuravam no inóspito e causticante sertão nordestino com o patriótico amor à causa do povo local, percorrendo longos, maus e incertos caminhos, sem estradas, portanto com grandes dificuldades de transporte, deixando naquela instituição federal normas indeléveis consideradas como padrões sociais de condutas morais e éticas que, ainda hoje, norteiam e servem de exemplo para os que trabalham naquela extraordinária instituição.

Outro aspecto que merece grande admiração e respeito nos antigos dirigentes do Dnocs é que esse órgão iniciou suas ações na Região pautando suas atividades dentro dos princípios técnicos e científicos como se pode depreender da conferência pronunciada pelo seu então diretor geral e fundador, Miguel Arrojado Lisboa, pronunciada no dia 28 de agosto de 1913, no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro:

“Seca, no rigor léxico, significa estiagem, falta de umidade. Da chuva provém a água necessária à vida na terra. O problema das secas, assim encarado, seria simplesmente o problema da água, isto é, do seu suprimento. Mas a palavra “seca” referida a uma porção de território habitado pelo homem tem significação muito mais compreensiva. Com efeito, o fenômeno físico da escassez da chuva influi no homem pela alteração profunda que dela decorre para as condições econômicas da região que, por sua vez, se refletem na ordem social. Assim encarada, a seca é um fenômeno muito vasto, de natureza tanto física como econômica e social. O problema da seca é, portanto, um problema múltiplo. Verdadeiramente não há um problema, há problemas...” (Esta conferência, que aborda temas ainda hoje atuais, tem oito páginas datilografadas e consta nos Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro-Volume XXXV-1913).

Cássio Borges

borgescassio@hotmail.com

Engenheiro civil
Fonte: O Povo - CE
Link:
Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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