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Saiu na Imprensa |
20/12/2011 |
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Chamem as marchas |
Maurício Medeiros*
No segundo semestre de 2011 a mídia nativa tentou inflar as marchas de combate à corrupção que “infestaram as redes sociais”. Retumbantes fracassos foram vistos nas ruas. Faltava povo e sobrava manipulação. A estratégia dos grupos de comunicação e a oposição brasileira era clara: criar um clima de instabilidade política para prejudicar a gestão de Dilma. No primeiro ano da presidenta, seis ministros caíram. Nada diferente do habitual. FHC, em 96 meses no poder, teve 105 titulares nas pastas em muito menos ministérios.
O discurso moralista casa bem em qualquer situação, certo? Errado. Bastou que a maré virasse para os grupos midiáticos brasileiros adotarem outra estratégia: o silêncio. O premiado jornalista Amaury Ribeiro Júnior, que produziu matérias importantes para revelar o esquema da máfia dos fiscais, no Rio de Janeiro, e rastrear o dinheiro de Marcos Valério, lançou no dia 09 de dezembro o livro Privataria Tucana, que revela, com documentos obtidos em cartórios, onde foi parar o dinheiro da privatização da teles brasileiras durante o governo FHC.
Os maiores beneficiários, segundo os documentos obtidos por Amaury, são José Serra e seus familiares. Sua filha, Verônica Serra, é sócia da irmã de Daniel Dantas (dono do Opportunity, vencedor de uma fatia da licitação), Verônica Dantas.
Ainda conforme a apuração do jornalista, Ricardo Sérgio, arrecadador das campanhas de José Serra, em 2002, e FHC, em 1998, e diretor do Banco do Brasil à época, é o mentor da lavagem do dinheiro. O acusado é o mesmo que, no final do primeiro governo de FHC, foi pego em grampo telefônico conversando com Luiz Carlos Mendonça de Barros. “Estamos no limite da irresponsabilidade”, disse ele ao então ministro das Comunicações por emprestar dinheiro público para que empresas privadas comprassem o patrimônio brasileiro.
Qualquer jornalista de porta de esquina sabe que o conteúdo deste livro é uma bomba. E, consequentemente, notícia. Mas por que a grande mídia não fala nada ou dá uma linha? O problema para os barões da mídia chama-se internet. A propaganda do livro nas redes sociais fez com que, em menos de uma semana, fossem vendidos mais de 15 mil exemplares. A segunda edição terá 80 mil. As livrarias já contam com lista de espera.
Onde estão os editoriais clamando pelo povo na rua? Onde estão os jornalistas que são “os olhos do povo contra a corrupção”? E o jornalismo baiano, onde está? Os jornalistas baianos acompanharão, como boiada, os interesses da Folha, Estadão, Globo e Veja? Triste fim do jornalismo brasileiro.
*Maurício Medeiros é jornalista |
| Fonte: SEEB-BA |
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| Última atualização: 20/12/2011 às 10:43:00 |
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