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Notícias

  25/11/2011 

Às Rosas, Dandaras, Olgas e Pagus que vivem em cada uma das mulheres!

Hoje, 25 de novembro, comemora-se o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. A data, estabelecida em 1981, durante o 1º Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe, é uma homenagem às irmãs Mirabal, ativistas políticas da República Dominicana, conhecidas como Las Mariposas. As duas foram assassinadas em 1960 durante o governo do ditador Rafael Trujillo.

Antes do que comemorar, o dia nos incita a refletir sobre as causas e os porquês da violência e da discriminação contra as mulheres. No caso brasileiro, a cultura machista, que impera desde a formação do país enquanto nação e enquanto povo, foi a grande responsável pela manutenção da ordem social sexista e misógina por todos esses séculos. Infelizmente, o machismo ainda hoje continua no imaginário e na psique coletiva do nosso tecido social.

Devido a essa contaminação histórica na “alma” do povo brasileiro, a grande maioria dos homens reproduz, algumas vezes sem perceber e amiúde motivados pelo machismo que os faz acharem-se superiores às mulheres, conceitos e comportamentos sexistas. Triste também é ver mulheres – sim, mulheres! – que endossam atitudes machistas contra elas mesmas, muitas vezes sem sequer atentar para o quão estão indo de encontro à própria causa.

A cultura machista do brasileiro, amparada por uma sociedade historicamente patriarcal, legitimou, ao longo dos séculos, e legitima, ainda hoje, que atrocidades sejam cometidas contra as mulheres em nome da imposição de uma pseudo moral, na qual estas devem obediência – leia-se e entenda-se subserviência – aos homens – “os donos da razão e da verdade” -, sob pena de serem humilhadas, maltratadas, espancadas e até mortas.

Vale lembrar que o número de feminicídios (crime cometido por um homem contra uma mulher a qual considera sua propriedade) no Brasil é preocupante; é, a bem da verdade, assombroso e alarmante. O caso da garota Eloá, que foi morta pelo seu ex-namorado por este não aceitar o fim do relacionamento, é emblemático para explicar o avanço do feminicídio no país, em que pese a cobertura jornalística desastrosa da imprensa à época, que somente reforçou a misoginia e o machismo velado que imperam na estrutura psicossocial do povo brasileiro.

De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), órgão do Governo Federal, uma em cada cinco brasileiras já sofreu algum tipo de violência por parte de um homem. Ademais, estatísticas mostram que, a cada 15 segundos, uma mulher é espancada no Brasil, o que representa cerca de 2 milhões de casos por ano. Números absurdos e revoltantes que precisam ser pronta e eficazmente combatidos.

Em meio à dramática realidade, com um fio de esperança que ainda nos sobra percebe-se que, embora a violência contra a mulher continue a tomar vulto, o Estado brasileiro vem tentando arrostar esse quadro vergonhoso, ainda que muito timidamente e aquém do necessário. Atualmente, segundo a SPM, existem 889 serviços especializados para atender mulheres vítima de violência, sendo 464 delegacias, 165 Centros de Referência, 89 juizados especializados em violência doméstica e familiar, 72 Casas-Abrigo, 58 defensorias e 21 promotorias especializadas, além de 12 serviços de responsabilização e educação do agressor. Sem falar na Lei Maria da Penha, que em agosto de 2011 completou cinco anos, e já foi responsável por mandar para a jaula... ops, para a cadeia muitos homens que agrediram mulheres. 

Seria uma grande injustiça deixar de ressaltar também o papel importantíssimo de muitas organizações não governamentais espalhadas por todo o Brasil no enfrentamento a esta problemática, bem como seria igualmente injusto destacar algumas em detrimento de outras. Afinal de contas, todas essas ONGs que militam pela não-violência contra a mulher e em prol dos seus direitos contribuem, cada uma à sua maneira e com seus resultados, para mitigar os efeitos deletérios do machismo enraizado em nossa sociedade.

Em suma, a realidade para as mulheres, no Brasil - e, por extensão, em toda a América Latina -, não obstante o avanço visível na ocupação do mercado de trabalho nas últimas décadas, ainda é eivada de muito preconceito e descrédito. Será preciso que gerações e mais gerações doravante combatam a raiz podre dessa sociedade machista, misógina e patriarcal que atavicamente foi determinante para excluir as mulheres dos processos políticos e sócio-econômicos do país. Pensemos nisso! E viva, viva as Mulheres!!



Fonte: AFBNB
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Última atualização: 25/11/2011 às 16:40:00
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