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Notícias

  10/11/2011 

AFBNB se solidariza com AEBA

A Associação dos Funcionários do Banco da Amazônia (AEBA) encaminhou ontem uma carta à presidenta Dilma Rousseff, na qual pede a exoneração de toda a diretoria executiva do BASA, por inúmeros motivos listados no documento, que refletem a incapacidade de gerenciar o Banco.

 A medida é apontada pelos dirigentes da AEBA como “a única saída capaz de evitar um dano irreparável para o povo amazônico e para os trabalhadores do Banco: a perda desta instituição tão importante para uma estratégia de desenvolvimento econômico e social sustentável da Amazônia”.

 A AFBNB se solidariza aos trabalhadores do BASA e ratifica a importância que os bancos de desenvolvimento têm para suas respectivas regiões e consequentemente para o Brasil. Dessa forma, essas instituições, bem como seus trabalhadores, merecem ser tratadas com respeito e serem valorizadas.

 A seguir, a carta da AEBA na íntegra:

Associação dos Empregados do Banco da Amazônia

 

http://www.aeba.org.br/banco_arquivo/pdf//carta_dilmaaeba1a03914b719.pdf

 

Belém, 09 de Novembro de 2011.

Carta nº 2011 / 245

À

Excelentíssima Senhora

DILMA VANA ROUSSEFF

Presidenta da República do Brasil

Brasília-DF

 

Senhora Presidenta,

O Banco da Amazônia é uma empresa de economia mista, com 96% das ações sob controle da União. Tem cerca de 3 mil empregados, 69 anos de existência e grande reconhecimento na sociedade amazônica como principal agente de fomento das atividades produtivas regionais. Porém, em decorrência de decisões das últimas gestões do Banco, incluída a do atual presidente Abdias José de Sousa Junior, nossa instituição encontra-se em situação extremamente difícil com impacto direto nas condições de vida e trabalho dos empregados e nos próprios resultados da empresa.

 

Em virtude das razões a seguir expostas, solicitamos-lhe, com todo respeito, e no interesse da sociedade brasileira, a exoneração de toda a diretoria executiva e, principalmente, o presidente do Banco da Amazônia. Sentimos muito por termos chegado a esse extremo, mas vemos nessa medida a única saída capaz de evitar um dano irreparável para o povo amazônico e para os trabalhadores do Banco: a perda desta instituição tão importante para uma estratégia de desenvolvimento econômico e social sustentável da Amazônia. Não constitui nosso objetivo definir o que o governo deve ou não fazer, mas como empregados do Banco da Amazônia, comprometidos com a região e com o nosso Banco, não podemos nos furtar a lhe apresentar nossa visão do problema e nosso pedido de solução.

No ano de 2004, a então nova Diretoria do Banco da Amazônia resolveu mudar o Banco gestor dos fundos de investimentos das captações feitas junto aos clientes. Na ocasião, mudou-se do Banco Santander para o então pré-falimentar Banco Santos, uma instituição menor, com menos liquidez, menos segurança no mercado e com vários indícios de problemas financeiros. A falência do Banco Santos provocou uma onda de indignação entre os clientes do Banco da Amazônia que viram suas aplicações perdidas pela falência do Banco Santos. Na ocasião, o Banco da Amazônia acumulava uma carteira de fundos de investimento custodiados pelo Banco Santos de cerca de R$ 400 milhões. Aquela onda de indignação acarretou uma avalanche de ações judiciais, que se torna prejuízo à medida que o Banco da Amazônia é condenado judicialmente.

No mesmo ano de 2004, a Diretoria do Banco da Amazônia contratou a Empresa Cobra Tecnologia. Trata -se de empresa satélite do Banco do Brasil, contratada para realizar a reformulação de toda a sua base tecnológica e permitir criar as condições para um salto na disputa do mercado bancário. Passados mais de 7 anos a situação tecnológica do Banco é deprimente, sem nenhuma melhoria que justifique o investimento realizado. O Banco da Amazônia caminha para o colapso tecnológico, apesar de contar em quadro próprio com experientes profissionais da área de Tecnologia da Informação que estão relegados a administrar contratos com empresas terceirizadas, ao invés de produzir soluções tecnológicas para a empresa. Registre-e que, no relatório do TCU de 2009, do Relator Ministro Milton Zymler, o valor do contrato com a Cobra Tecnologia estava em R$ 187.376.368,10. Relata ainda o Ministro que: “Ao longo da vigência do Contrato n. 2004/224, foram celebrados 15 termos aditivos com objetos diversos, a exemplo das alterações de cronograma físico-financeiro, de prorrogação da vigência contratual, de repactuação do valor contratado e de inclusão dos serviços não previstos inicialmente no escopo do PET, como os Sistemas de Cadastro Único de Pessoas e Autorizador de Mensagem de Automação Bancária (FEP)”. Como se vê senhora presidenta, um contrato de 2004 que vem sofrendo alterações de prazos e valores, que não foi objeto de licitação e que até hoje não foi efetivado.

A Diretoria atual resolveu também, por motivos que desconhecemos, fechar as agências do Rio de Janeiro-RJ e de Porto Alegre-RS, reduzindo a presença do Banco da Amazônia no país e deixando os empregados do Banco nessas cidades completamente abandonados. Essa decisão é um paradoxo, haja vista que foram mudadas as logomarcas e todo o material de divulgação do banco, que não se chamará mais BASA e sim Banco da Amazônia, como uma estratégia de internacionalizá-lo, torná-lo grande, daí nos ampararmos no nome Amazônia.

 

Decidiu esta Diretoria não mais contratar advogados para o quadro do Banco da Amazônia, visando privilegiar a prestação de serviços jurídicos terceirizados. Uma empresa como a nossa não pode deixar de fortalecer um setor jurídico próprio. Os prejuízos com causas judiciais é o resultado mais visível dessa política. O motivo, a nosso ver, é o de que os escritórios terceirizados não conhecem a contento os processos do Banco e não trazem consigo o comprometimento oriundo de pertencer ao quadro da empresa.

Extremamente grave também foi a reestruturação operada pela atual diretoria da empresa, orientada estrategicamente para o varejo bancário em detrimento do fomento às atividades produtivas da região amazônica. Um exemplo da fuga da sua função de banco voltado ao desenvolvimento da região amazônica, é que mais da metade dos ativos do banco estão em aplicações no mercado financeiro devido a ineficiência deste novo modelo, haja vista que não consegue aplicar e nem ter retorno suficiente de sua carteira de crédito comercial e de fomento.

A diretoria do Banco vem reiteradamente afirmando que as provisões para dívidas com dificuldade de liquidação estão diminuindo, sendo que, na verdade, esses valores estão sendo retirados dessa conta para serem debitados como perda, o que expressa a menor eficiência do controle do crédito entre os bancos estatais. Nesse sentido, a empresa criou a carreira de Gerentes de Relacionamento para fomentar a carteira de crédito pessoal e comercial. Por outro lado, a empresa extinguiu os cargos de supervisor de crédito rural, como também de supervisor de crédito para a Agricultura Família, sendo tais funções subsumidas pela segmentação das funções de agências o que acabou por desestruturar as filiais, desorganizou as tarefas e sobrecarregou todos os empregados, sem resultados satisfatórios, com reflexo na lucratividade da empresa que vem caindo a cada ano, mesmo com todo o empenho do corpo funcional.

Ante isso tudo Srª Presidenta, julgamos que o BANCO DA AMAZÔNIA precisa de uma diretoria que valorize o que realmente é a missão da nossa empresa, qual seja, o de garantir crédito para o desenvolvimento econômico e sustentável desta região, dentre isso priorizar e fazer crescer o programa de Microcrédito Produtivo e Orientado, estruturar gerências de crédito rural e PRONAF, além de melhorar os controles no crédito de fomento e orientar o Banco em uma melhor estratégia para fomentar a economia da região amazônica , já que o Novo Modelo de Negócios implantado pela atual diretoria não funcionou e sobrecarregou a todos sem resultados econômicos pelos motivos supracitados.

 

Temos acompanhado também a redução dos direitos dos empregados e o acúmulo de privilégios da Diretoria. Os recursos para o Programa de Educação Continuada (PEC) caíram bruscamente, em um período de intensa movimentação de pessoal. Em 2007, foram gastos R$ 7,3 milhões com treinamento e no período do atual presidente uma média de R$ 3,6 milhões, ou seja, a metade. Estamos em um processo de ampliação de agências que não são correspondidas com dotação de pessoal satisfatória, haja vista que o número de empregados, até o presente momento, não conseguiu sequer se igualar, em números, ao ano de 2007, quando éramos 3.107 empregados e hoje somos 2.968 (base 06/201), não significando que o banco deixou de contratar, muito pelo contrário, ao mesmo tempo em que entraram novos empregados, outros tantos foram dispensados.

Em 2009, 32 foram contratados e 109 saíram. Já em 2010 foram contratados 121 e 101 saíram. Também, a atual diretoria retirou do rol dos exames periódicos todos os tipos de exames de média e alta complexidade, que envolvem problemas de coração, câncer e outros riscos a saúde que têm prevalência entre trabalhadores dessa categoria. Ao mesmo tempo, a Diretoria passou a fazer exames periódicos no Hospital Albert Einstein ao custo de R$ 12 mil reais por diretor e com todas as despesas de passagens e diárias pagas, além de se atribuírem uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no valor aproximado de R$ 80 mil reais para cada um. No mesmo sentido ocorreu a contratação de um seguro, a expensas do Banco, para proteger o patrimônio pessoal dos Diretores e dos Gerentes Executivos contra decisões que possam gerar danos nos âmbitos trabalhista, ambiental, civil etc. Por outro lado, a Diretoria colocou em vigor nova regulamentação de pessoal que contém diversos dispositivos repressores em franca oposição aos próprios direitos civis individuais dos empregados, inclusive muitos deles sem recepção por nossa carta magna de 1988.

Some-se a tudo isso, senhora presidenta, a situação de precariedade das agências do banco, com grande dificuldade por parte dos empregados que são obrigados a conviver com problemas nos prédios, na parte elétrica dos sistemas de informática, gerando cotidianamente inúmeros transtornos aos empregados e clientes.

A atual diretoria do Banco, em campanha assediadora, recentemente promoveu medo e inquietação entre os beneficiários da Caixa de Previdência e Assistência aos Empregados do Banco da Amazônia (CAPAF). Tentou, a todo custo, implantar um “Novo Plano de Benefícios da CAPAF”, em clara agressão a direitos trabalhistas consolidados conforme ordenamento jurídico pátrio. Para tanto, patrocinou caríssima campanha televisiva utilizando-se de artista renomada nacionalmente. Chegou, até, ao absurdo de suspender o pagamento de benefícios de octogenários, em grosseira agressão, inclusive, ao Estatuto do Idoso.

Sem limites do razoável, a atual gestão do Banco da Amazônia, em total dissonância com a prática dominante no setor patronal bancário, ignorou a via negocial com a representação dos trabalhadores e preferiu, primeiro, tentar criminalizar a greve dos empregados do banco para, em seguida, em total desprezo às reivindicações específicas dos seus empregados, ajuizar dissídio perante o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Com isso, demonstra inabilidade para negociar, incompetência para gerir e falta de respeito aos empregados, aos clientes do banco e à sociedade em geral. A greve dos empregados do Banco da Amazônia é, portanto, de inteira responsabilidade da diretoria da empresa.

Por fim, senhora presidenta, queremos lhe informar que vamos solicitar ajuda de toda a sociedade amazônica para tentar recolocar o Banco da Amazônia no Rumo certo, acreditamos na força da mobilização consciente das organizações da sociedade civil e na coerência e bom senso desse governo não há mais, por parte do corpo funcional do Banco da Amazônia nenhuma confiança de que seus dirigentes estão imbuídos e são realmente capazes de levar essa instituição ao seu verdadeiro lugar: A REFERENCIA EM BANCO DE DESENVOLVIMENTO COM FORTE CARACTERISTICA DE RESPEITO A DIVERSIDADE SOCIAL, À SUSTENTABILIADE AMBIENTAL E A NECESSIDADE DE CRESCIMENTO ECONÔMICO, UM BANCO COM A FORÇA E A RIQUEZA DA AMAZÔNIA.

Atenciosamente,

Diretoria da AEBA

Fonte: AEBA
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Última atualização: 10/11/2011 às 13:35:00
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