Mais uma vez, houve mudança no horário da negociação com o BNB, desta feita, sem comunicação prévia. Assim, a reunião que seria sexta-feira, tendo sido adiada para às 14h de hoje, está acontecendo neste momento (às 10h), segundo informações de um funcionário lotado no Passaré.
Desde a preparação, e durante a realidade de greve nacional dos bancários, a Associação tem dialogado com a categoria sobre os reais motivos do movimento, ou seja, o que de fato mobiliza os trabalhadores no BNB. Assim, por reiteradas vezes, enfatizou que para muito além do índice de reposição salarial reivindicado (12,8%), o qual é muito rebaixado diante das perdas salariais, a greve se justifica pelo conjunto de pendências que vêm se arrastando por anos a fio (veja o texto
“Pendências do BNB se arrastam há anos”). Com o respaldo de uma greve forte, coesa, que se apresenta como a maior dos últimos anos, AFBNB reafirma: NÃO PODEMOS DISPERDIÇAR ESSA OPORTUNIDADE!
O comando nacional categoria, liderado pela Contraf-CUT, que negocia com a Fenaban, está anunciando acordo com os banqueiros/governo, com orientação para aceitar a proposta, conforme
notícias na imprensa. Isso antes mesmo de submeter à apreciação das assembléias, que acontecem hoje (dia 17) em todo o país.
Ao contrário do que está oficialmente posto, a AFBNB não vê avanços substanciais no “acordo”. Afinal de contas, os bancários não estão em greve há 21 dias apenas por 1,2% (já tinham 7,8% no início do movimento, conforme contraproposta dos banqueiros, rejeitada pelas assembléias); outro aspecto a ser considerado é a compensação dos dias, em desacordo com o direito constitucional de greve, e uma inversão de lógica, haja vista serem os patrões os responsáveis pela situação, quando negam direitos no processo inicial de negociação.
Queremos o abono integral dos dias parados! Considerar a possibilidade de compensação dos dias em um prazo pré-determinado é no mínimo desrespeito aos trabalhadores e ao direito de greve. Não é adequado para as entidades de trabalhadores a cumplicidade em uma questão imposta pelos patrões. Assim, cabe aos mesmos – aos patrões - a aplicação unilateral bem como arcar com os ônus que porventura decorram desta atitude.
Não é inoportuno lembrar que em situação recente no caso da greve dos trabalhadores dos Correios, o comando de negociação, os patrões e a mídia davam como favas contadas o fim da greve, mas, por considerar insatisfatória, ou seja, por não verem contempladas as suas reivindicações, a categoria rejeitou a proposta nas assembléias por todo o país.
É exatamente esse o entendimento da AFBNB em relação à proposta anunciada e “acordada”. Assim, a entidade entende que é preciso cobrar do banco os reais avanços necessários para o retorno ao trabalho.
Por enquanto, devemos permanecer em greve, coesos, firmes, nos piquetes e nas mobilizações.
Todos nas assembléias!
Viva a força da greve!!!