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São várias as denúncias que chegam à AFBNB, relacionadas a possíveis irregularidades na concessão de crédito no BNB. Por algumas vezes, a AFBNB procurou instâncias do Banco para expressar sua preocupação com a vulnerabilidade nos processos operacionais, alertada por alguns funcionários. Porém, a falta de materialidade nesses casos inviabilizou maiores resoluções por parte do Banco. Recentemente, chegou à Associação uma denúncia que apontava para a realização de operações fraudulentas, tendo como epicentro o estado do Ceará, as quais estariam lesando a instituição Banco do Nordeste.

Enquanto entidade representativa dos trabalhadores do Banco em âmbito nacional e em cuja missão está também o fortalecimento, preservação e zelo pela imagem da instituição Banco do Nordeste do Brasil, a AFBNB, em cumprimento dessa prerrogativa encaminhou o caso, em caráter anônimo, tendo em vista a preservação dos denunciantes, a pedido dos mesmos, ao Ministério Público Federal (MPF), uma vez que o Banco é uma instituição federal. Acreditamos que referida denúncia está sendo encaminhada pelo MPF, de acordo com trâmite próprio daquele órgão.

Esta semana, a AFBNB tomou conhecimento de que denúncia semelhante foi feita ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPE/CE), além do caso ter sido mencionado em plenário na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL/CE) por um parlamentar. A Associação acompanhará esses processos tal e qual vem fazendo com o trâmite do MPF, considerando que anomalias nas operações de crédito lesam não apenas os cofres do Banco - que já contam com recursos escassos - mas ferem a imagem da instituição, prejudicam a região e seus habitantes, bem como clientes que honestamente recorrem ao crédito do BNB para financiarem seus pequenos negócios; portanto, devem ser investigadas com a seriedade e  o compromisso que o caso exige.

Vale salientar que a denúncia em questão não se refere à instituição Banco do Nordeste do Brasil, mas sim a atos lesivos que estariam sendo praticados por alguns funcionários do Banco, em operações de crédito, sendo, portanto, o BNB vítima do processo, bem como os trabalhadores que laboram com seriedade e compromisso, dedicando-se à instituição e ao seu compromisso com a sociedade. A Associação reitera que o Banco do Nordeste do Brasil, enquanto instituição indutora do desenvolvimento da região, deve ser fortalecido e munido de todas as condições necessárias para exercer plenamente sua nobre missão: “Atuar, na capacidade de instituição financeira pública, como agente catalisador do desenvolvimento sustentável do Nordeste, integrando-o na dinâmica da economia nacional”.

Na última semana, mais especificamente dia 22, chegou ao nosso conhecimento, por email de associados, ofício encaminhado ao presidente do BNB pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do MPE-CE, datado de 13 de setembro, o qual começa, ao se referir à denúncia, com a frase “Como é do conhecimento de Vossa Excelência”. Portanto, entendemos que o Banco já tem conhecimento das denúncias oficialmente. Além disso, o documento afirma que “as revelações (de um depoente) foram contundentes e deram todos os caminhos para a comprovação das denúncias”.

A AFBNB exige da direção do Banco atitude: que subsidie as instâncias que apuram o caso de todas as informações necessárias, com celeridade e transparência; que instaure internamente sindicância própria para averiguar a origem e a veracidade das denúncias; que os órgãos internos com responsabilidade na matéria tenham autonomia para trabalhar; e que medidas cabíveis, necessárias e exemplares sejam tomadas. Afinal, a omissão também pode ser considerada uma forma de conivência. Nesse sentido, a Associação está enviando à presidência do Banco documento no qual cobra providências urgentes e soluções para a questão.

À AFBNB interessa que tudo seja apurado e que seja dado encaminhamento de acordo com as responsabilidades dos envolvidos, bem como medidas de proteção aos funcionários que apresentem ou que prestem informações acerca das denúncias.