Passados 20 dias de setembro, mês que dá início à campanha salarial dos bancários em todo o Brasil, percebe-se, com infeliz constatação, que o patronato não muda, como de costume. Após entregarem minutas elaboradas nos diversos congressos da categoria bancária, as entidades representativas dos bancários até o momento só têm recebido negativas às suas reivindicações.
Mais uma vez, os banqueiros/bancos, que registraram lucros bilionários nos últimos anos, não abrem mão da sua ganância desenfreada e visam cada vez mais a explorar os trabalhadores, sempre na perspectiva de fazer jus ao conceito marxista da mais-valia, sem a mínima preocupação com o ser humano, priorizando apenas o capital e as benesses advindas com a sua acumulação.
A efeito de estatística, vale lembrar que, somados os lucros de 2010 dos três maiores bancos brasileiros em ativos (Banco do Brasil, Bradesco e Itaú), o montante ultrapassa a cifra de R$ 30 bilhões. E já no primeiro semestre desse ano, o lucro líquido do sistema bancário nacional apresentou avanço de R$ 4,5 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 59,7 bilhões no acumulado de junho de 2010 a junho de 2011. Ou seja: constata-se que o lucro dos bancos só aumenta, ano após ano, enquanto os vencimentos dos seus trabalhadores definham, pois muitas vezes não têm sequer reposição acima do índice de inflação anual.
BNB: lucros aumentam muito, salários pouco!
No Banco do Nordeste, a tônica é a mesma dos grandes bancos comerciais brasileiros: grandes lucros, mas nenhum reconhecimento desses resultados, em melhorias salariais, aos trabalhadores que fazem a instituição no dia-a-dia. Nos dois últimos anos, o BNB registrou lucros recordes que somados alcançam o total de R$ 772 milhões. Muito dinheiro para pouco investimento nos seus funcionários. Apenas no primeiro semestre desse ano, o lucro do BNB triplicou em relação ao ano passado, chegando a R$ 300,7 milhões.
Leia nota da AFBNB sobre o lucro do BNB esse ano.
De antemão, é fato a falta de um Plano de Cargos e Remuneração (PCR) digno, condizente com um banco de desenvolvimento, com o tamanho da responsabilidade dos funcionários e com os resultados gerados por estes. Até o momento, desde a entrega da minuta específica em 17 de agosto último, sindicatos que têm o BNB na base se reuniram três vezes com representantes da instituição e não houve nenhum avanço: todas as reivindicações dos trabalhadores foram refutadas pelos negociadores do BNB.
Amanhã, 21 de setembro, mais uma etapa da enrolação...ops, da negociação acontecerá no Passaré, a partir das 9 horas, dessa vez para discutir cláusulas relativas à saúde e previdência.
Com as reivindicações dos trabalhadores sendo indiscriminadamente rechaçadas, a categoria precisa estar preparada para a GREVE, que, ao que parece, é a única forma do patronato e do Governo atender ao pleito dos bancários. Os trabalhadores do BNB devem participar ativamente das assembleias em suas respectivas bases, mobilizando-se e unindo-se em prol de conquistas para todos.
A AFBNB reafirma seu papel nessa campanha salarial – que foi debatido durante a 40ª edição da RCR -, como de praxe, que é reforçar a mobilização dos funcionários do Banco, estar à frente do movimento, bem como servir como uma central de informação à categoria em relação aos acontecimentos da campanha, em todos os estados de atuação do BNB. Sem avanços, vamos à GREVE!
- Pelo fim do assédio moral e do trabalho gratuito
- Pela convocação dos concursados e fim da precarização do trabalho
- Por um PCR digno
- Por uma política de recursos humanos com transparência e isonomia de tratamento
- Por dignidade previdenciária e de saúde
- Pela reposição das perdas salariais
- Pela reintegração dos demitidos da era FHC/Byron
- Por .....