Outro fator que merece atenção é o impedimento dos correntistas às unidades. Os bancos proíbem, na maior cara-de-pau, o acesso das pessoas, empurrando-as para os correspondentes bancários. Quando o cliente é de baixa renda, o problema é ainda maior.
A iniciativa também atinge diretamente a categoria, que perde drasticamente a identidade. Os funcionários são demitidos. No lugar, surgem os terceirizados, que contribuem para reduzir ainda mais o número de bancários no país.
Nem os funcionários dos correspondentes escapam do prejuízo. Os salários para quem trabalha nos estabelecimento são rebaixados e os direitos não são garantidos. Ou seja, não existe nenhum amparo, nem na Convenção Coletiva de Trabalho.
A questão é que as instituições financeiras utilizam como desculpa o oferecimento do serviço bancário para as localidades mais distantes, mas, na prática, faz justamente o contrário. Abrem correspondentes ao lado das agências. Basta olhar em volta para o cidadão perceber a realidade.
Combater a terceirização é também exigir uma agência para todos os brasileiros, sem distinção de classe social. Para isso, é preciso recuperar a categoria bancária, dizimada a cada dia.
*Adelmo Andrade é diretor de Imprensa e Comunicação do SBBA e funcionário do Santander