Setor está mobilizado para reverter decisão do governo federal de focar instituição no microcrédito
O Banco do Nordeste Brasileiro teve seu foco mudado pelo governo federal para atender a necessidade de microcrédito na região, com isso, interrompeu a concessão de financiamento para empreendimentos eólicos. A situação começou a ficar mais clara nos últimos trinta dias quando a direção do BNB começou a convocar os empreendedores que estavam com projetos listados aguardando a aprovação dos empréstimos. A situação deixou os empreendedores eólicos apreensivos tento em vista que o BNB é um dos principais financiadores do setor no país ao lado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que pode ficar sobrecarregado com pedidos vindos de todo o segmento de infraestrutura.
Mas os empreendedores eólicos estão mobilizados para tentar reverter a situação que pode complicar a viabilidade dos empreendimentos. Segundo Lauro Fiúza, vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, os governadores do Nordeste já foram avisados da situação. "Não acredito que o governo federal continue com a situação", afirmou o executivo em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 1 de setembro, durante o Brazil Windpower, que acontece no Rio de Janeiro.
Fiúza alertou que o setor eólico tem poucas alternativas já que os bancos privados têm linhas de mais curto prazo, como empréstimos-pontes. De acordo com Fiúza, somente os projetos contratados em 2009 e 2010, demandam investimentos de R$ 12 bilhões, sendo que 70% devem ser financiados. Outros R$ 7 bilhões serão investidos nos projetos vendidos nos leilões A-3 e de Energia de Reserva realizados em agosto. "Desse total, R$ 4 bilhões devem ser financiados", calculou o executivo. Como a maior parte das eólicas estão no Nordeste, o BNB era o principal destino dos empreendedores.
O BNDES já emprestou mais de R$ 4 bilhões para eólicas desde o Programa Nacional de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica. "O BNDES tem sido competente e rápido no atendimento dos pedidos do setor. Mas será que, com toda a demanda que tem, conseguirá dá conta de todos os pedidos", perguntou o executivo. Fiúza disse que o BNB está mobilizado para alterar a diretriz presidencial. |