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Notícias

  29/08/2011 

A ética como regra, não exceção!

*Rita Josina
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Improbidade administrativa, “caixa-dois”, desvio de verbas do contribuinte, superfaturamento em obras públicas, licitações fraudulentas, contratos públicos com empresas fantasmas, uso de “laranjas” para interesses diversos, pagamento de propinas, aparelhamento e arrendamento de estatais e ministérios por partidos políticos... ufa! Quase que diariamente os veículos jornalísticos em todo o País são dominados e nós, leitores, bombardeados por notícias que englobam o amplo repertório de corrupção que se alastra rapidamente, tal como um vírus perigoso e mortal, pelas mais diversas esferas do poder público brasileiro, seja este municipal, estadual ou federal.

A corrupção alcançou níveis mais do que alarmantes e estarrecedores; chegou, de certo modo, a uma vertente profissional. Suas ramificações e tentáculos tomaram de assalto o Estado brasileiro, disseminando-se, infelizmente, pela quase totalidade das suas instituições e repartições públicas, grassando, a passos largos, pelas searas legislativas, judiciárias e executivas do Brasil. Os escândalos jorram em grande volume e proporção; as negociatas e corruptelas “embaixo dos panos” parece que ditam as regras nas relações entre aqueles que detêm o poder nas mãos – leia-se o “osso na boca”. 

Na mesma toada e por consequência diretamente proporcional, o nobre exercício da ética, principalmente na política, vem esvaindo-se ao longo do tempo, com uma notável aceleração de sua decadência nos últimos anos. Hoje, diante do quadro que vem sendo desanuviado, poder-se-ia estimar que são poucas e louváveis exceções os parlamentares e autoridades públicas que levam a cabo, em toda a sua plenitude - que é a única forma de seu exercício -, a prática desse conceito tão importante e caro para o desenvolvimento do homem enquanto ser que vive em sociedade e coletivamente.

Com todo esse quadro de corrupção pintado, os que mais sofrem com as deletérias atitudes citadas são os trabalhadores brasileiros. Porque uma coisa é certa: quando se toma de assalto o contribuinte, quando se superfatura obras públicas, quando se frauda licitações, está se tomando o meu, o seu, o dinheiro de todos nós. Essa usurpação das nossas contribuições ao Estado brasileiro faz muita falta, uma vez que poderia ser investida na educação, na saúde, na habitação, no saneamento básico, no transporte público, nas obras de infra-estrutura, enfim, na reparação dos gargalos históricos - principalmente para as camadas economicamente mais vulneráveis da população - que impedem o Brasil de ser um país mais justo, menos desigual, com as mesmas oportunidades para todos.

Trazendo esta discussão à realidade do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), instituição imprescindível para o desenvolvimento sócio-econômico, produtivo e sustentável da região Nordeste, a ausência de ética - enquanto "forma de aprimorar comportamentos, atitudes e ações, fundamentando suas relações nos princípios de justiça, honestidade, democracia, cooperação, disciplina, governança, responsabilidade, compromisso, transparência, confiança, civilidade, respeito e igualdade", conforme o código de conduta ética do Banco -, no que tange às relações de trabalho, repousa em diversas práticas de dano e assédio moral, extrapolação da jornada de trabalho, não pagamento integral de horas-extras, trabalho gratuito, descomissionamentos arbitrários, falta de transparência e de critérios objetivos nos comissionamentos e demais processos de concorrência internos, as quais são objeto de denúncias costumeiras às entidades representativas dos trabalhadores. Tais denúncias têm sido encaminhadas ao conhecimento das diversas instâncias responsáveis do Banco do Nordeste pela Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB) - entidade de atuação nacional com mais de 25 anos de luta em prol da região Nordeste, do BNB e dos seus trabalhadores.

Nunca é demais lembrar também que a AFBNB, à época das especulações em torno de quem assumiria a presidência do Banco na gestão de Dilma Rousseff, lançou o seu perfil de um gestor adequado para o BNB, que, inclusive, foi entregue à própria presidenta da República, no qual defendia, entre outras características, “reputação ilibada, tradição de seriedade e honestidade no trato e na gestão de assuntos públicos ou privados”.

Dentro de todo esse largo contexto, com o intento de analisar as causas e os porquês da desenfreada corrupção que assola as instituições públicas e os parlamentos brasileiros e a consequente derrocada da ética nas relações de trabalho, bem como para buscar soluções para um concreto enfrentamento e ataque às raízes desse mal alastrado pelos quatro cantos do Brasil, inclusive no Banco do Nordeste, a 40ª Reunião do Conselho de Representantes da AFBNB, que será realizada nos dias 26 e 27 de agosto, em São Luís (MA), se debruçou sobre o tema: “Relações de Trabalho: Democracia e Ética Já!”

Por dois dias, representantes da Associação de todos os estados do Nordeste – mais norte de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília -, diretores da AFBNB e convidados debateram, juntamente com os palestrantes do evento, propostas e também respostas para essa realidade que avança sem pedir licença dentro da vida pública brasileira, bem como buscaram soluções para a falta de ética que ocorre ordinariamente dentro das paredes do Banco do Nordeste. Está mais do que na hora de reordenarmos as prioridades nas nossas relações de trabalho e darmos um basta na falta de ética e por consequência na sua cara-metade: a corrupção. Nessa perspectiva, a revalorização da ética e sua prática enquanto exercício inexorável dos seres humanos em todas as áreas é imprescindível nessa mudança de paradigma. A AFBNB, com esse debate, espera estar contribuindo e fazendo a sua parte para a busca da superação dessa nefasta realidade.

*Rita Josina é presidenta da AFBNB

*O artigo, com pequenas alterações nos tempos verbais, foi publicado originalmente no jornal Pequeno, de São Luís (MA), na edição de 25 de agosto de 2011
Fonte: AFBNB
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Última atualização: 29/08/2011 às 16:10:00
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