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Saiu na Imprensa

  03/08/2011 

Desaceleração econômica reduzirá força de sindicatos, avalia governo

Os reajustes salariais do segundo semestre não pressionarão a inflação. Essa é a avaliação da equipe econômica do governo, que vê a desaceleração da atividade como um fator de redução do "poder de manobra" dos sindicatos. Além disso, a inflação acumulada nos 12 meses terminados em setembro e outubro pode beirar 7,5%, o que "inibirá", segundo entendem os economistas do governo, a concessão de reajustes reais de 3% ou 4% por parte das empresas, como ocorreu em igual período de 2010.

Este cenário, no entanto, é totalmente descartado por metalúrgicos, petroleiros, bancários e comerciários, que começarão, nas próximas semanas, a negociar reajustes nos salários, bônus e Participação sobre Lucros e Resultados (PLR).

Segundo economistas do governo, as pressões que elevaram a inflação no primeiro semestre não se sustentarão no segundo. A redução de preços dos alimentos no mercado internacional será reforçada por um cenário em que as negociações salariais das principais categorias, cujas datas-base concentram-se entre agosto e novembro, registrarão resultados fracos.

INPC acumulado é de 6,8%
Nos 12 meses terminados em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado nas negociações entre empresários e sindicalistas, acumulou 6,8%. Ainda que registre variações pequenas em julho e agosto, como estima o mercado, o INPC deve atingir taxa próxima a 7,5% entre setembro e outubro - a maior, se alcançada, desde dezembro de 2003.

Essa é a previsão que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) transmitiu aos sindicatos. Em igual período do ano passado, o INPC acumulou 4,3%.

Para Sergio Mendonça, supervisor técnico do Dieese, a inflação mais elevada torna mais complexa a conquista de acordos reais elevados, mas, ao mesmo tempo, "falamos de setores pressionados pela falta de mão de obra qualificada e crescendo ainda em ritmo mais acelerado que a economia, como bancos, comércio e as indústrias automotiva e química", diz.

Ganho real: média
Mendonça faz um exercício lógico: se o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reduzir pela metade o ganho real conquistado em 2010, de 4,5%, e fechar um reajuste próximo a 2,5% acima da inflação em setembro, o repasse nominal nos salários dos 108 mil metalúrgicos representados pelo sindicato será de 10%.

"Um reajuste de dois dígitos, na categoria que é utilizada como exemplo no movimento sindical, produzirá um efeito poderoso sobre as outras negociações."

Para Sergio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a entidade não será "irresponsável" na campanha salarial, demandando um reajuste além dos ganhos de produtividade das montadoras e fabricantes de autopeças da região.

Controle da inflação interessa ao trabalhador
"Os sindicatos são os maiores interessados no controle da inflação, porque o trabalhador, diferentemente do investidor e do empresário, não consegue se proteger da perda do poder de compra", afirma Nobre, para quem, no entanto, "uma elevação real, abaixo da produtividade, não gera inflação, e, portanto, deve ser perseguida como meta".

Os 480 mil bancários brasileiros podem esperar uma campanha salarial acirrada, alerta Carlos Cordeiro, coordenador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), que comandou, no ano passado, as greves e paralisações nas agências, em busca de acordo que terminou por reajustar os salários da categoria em 7,5% - 3,2% acima da inflação.

"O presidente do Banco Central adotou o discurso dos bancos, ao defender que os sindicatos negociem com a expectativa de inflação futura, não a passada", diz Cordeiro. "A expectativa do BC para a inflação neste ano era de 4,5%, e hoje já está beirando 7%. Seria um suicídio sindical adotar essa diretriz", afirma.
Fonte: Valor Econômico
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Última atualização: 03/08/2011 às 09:10:00
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