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Saiu na Imprensa

  28/06/2011 

CSP-Conlutas participa da Parada do Orgulho Gay e defende sua politização

Cores. Fantasias. Alegria. Sorrisos. Peitos. Beijos, muitos beijos. Carnaval tecno. Diversidade. A avenida Paulista e a rua Consolação foram tomadas por cerca de 4 milhões de pessoas num domingo chuvoso, 26 de junho. Uma multidão. É a 15a Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), um evento já conhecido mundialmente tal sua grandiosidade.

Irreverentes, enormes “banners” com imagens sensuais de homens semi-nus, que lembravam santos católicos, traziam o slogan “Nem santo te protege. Use camisinha”.

A gentileza era marca da maioria dos participantes que cercavam um dos quase 10 trio elétricos gigantes que embalavam a festa, financiados pela Prefeitura de São Paulo, empresas e boates. Um sentimento de que pelo menos aquele dia deveria ser perfeito. Talvez pelo cansaço de tanta descriminação e violência sofridas no dia a dia pela comunidade LGBT no Brasil.

O integrante do Setorial LGBT da CSP-Conlutas, Douglas Borges, que observa a alegria nos gestos dos participantes, comenta: “A Parada é um grande evento, infelizmente, uma de suas falhas é ser transformada apenas num dia de carnaval”. Ele  alerta que não é essa alegria que permeia o cotidiano de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil. “Somos discriminados, sofremos violência e ainda temos muitos direitos a conquistar”, afirma. Douglas, que foi um dos organizadores da coluna da CSP-Conlutas e entidades do movimento, lembra que a comunidade gay dos Estados Unidos conquistou direitos por meio de lutas e um movimento politizado iniciado ainda ao final da década de 60, com a Rebelião de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969, em Nova York.

Segundo os organizadores, o tema deste ano, “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia”, pretende pedir uma trégua aos setores religiosos contra as iniciativas que garantem os direitos para a comunidade LGBT. Entre elas, a aprovação da PLC 122, que criminaliza a homofobia e vem sendo bloqueada pela chamada bancada evangélica no Congresso. Apesar desse objetivo central, o próprio evento não mencionou e chamou a atenção dos participantes à pressão da bancada evangélica que foi negociada pela presidente Dilma em troca de votos na tentativa de salvar o chefe da Casa Civil, o corrupto Antonio Palocci.

Presença da Central - Dirigente da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, José Maria de Almeida, falou no principal carro de som, na abertura da Parada e lembrou a importância dessa luta no dia a dia e de sua politização. “As negociatas de Dilma, a postura reacionária de gente como Bolsonaro e amplos setores do congresso demonstram que não podemos confiar neste caminho para a conquista dos direitos que os homossexuais precisam e merecem. A luta contra a homofobia, que vitima cada vez mais jovens nas ruas de São Paulo, também não depende de quem está em cima destes carros de som. Esta é uma luta que se faz nas ruas”.

Na Parada de 2008 Zé Maria foi agredido e detido juntamente com outros militantes da central e do PSTU. Isto porque a própria Associação que organiza o evento chamou a polícia para retirar o carro de som que havia sido levado pela entidade. Este ano, a Central foi convidada a participar da Parada pelo presidente da Associação, Ideraldo Beltrame. De acordo com Douglas, o convite reflete o justo reconhecimento da atuação da entidade. “A CSP-Conlutas, por meio de seu setorial GLBT está presente nessa luta, seja nas muitas manifestações que foram organizadas nos últimos meses contra os ataques homofóbicos, seja na luta cotidiana pelos direitos dos homossexuais no Brasil”, afirma.

A CSP-Conlutas começou a concentrar-se por volta das 10h da manhã na esquina da Paulista com a Augusta. Suas faixas exigindo direitos e contra a discriminação eram bem recebidas pelos que passavam por ali, além do sucesso que fizeram os bonecos gigantes levados pelo Sindsef-SP, um deles o deputado federal Jair Bolsonaro com uma bandeira de arco-íris sobre a boca e da presidente Dilma.

Em nome do setorial LGBT da CSP-Conlutas, falou Guilherme Rodrigues: “Hoje é dia de festa, porque a gente tem orgulho de ser o que é. Mas, também, é dia de luta, porque não podemos esquecer de todos aqueles e aquelas que foram assassinados, que sofreram ou foram humilhados, exatamente porque somos o que somos. Mas, acima de tudo, é dia de luta. É dia de resgatar o espírito de Stonewall e de lembrar que a luta contra a homofobia não pode servir como moeda de troca para salvar políticos safados, nem pode ser pisoteada por fascistas e reacionários. Por isso, estamos para celebrar o pouco que conquistamos, mas, acima de tudo, para demonstrar nossa disposição de seguir lutando até que tenhamos todos os direitos que precisamos e merecemos”.

A coluna da CSP-Conlutas esteve na Parada junto ao carro de som levado pelo grupo Anti-Homofobia, que se organizou através do Facebook para participar do evento com o intuito de conquistar ali um espaço não somente para festa, mas de manifestação política e de protesto.
Fonte: CSP Conlutas
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Última atualização: 28/06/2011 às 10:28:00
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