Nesse primeiro de maio, as trabalhadoras têm um motivo a mais para lutar. A crise econômica mundial precipitada em setembro de 2008 nos EUA e que se espalhou e ganhou dimensões internacionais, teve forte impacto no emprego e nas condições de vida e agravou ainda mais a situação das mulheres ao redor do planeta.
Os custos do desemprego, da deterioração das condições de trabalho e da diminuição dos gastos públicos acabam sendo direcionadas às famílias e, sobretudo as mulheres, que se vêem obrigadas a submeter-se a mais e mais trabalho gratuito para preencher as lacunas deixadas nas prestações de serviços básicos pelos governos burgueses.
No Brasil não é diferente, por um lado as trabalhadoras foram as mais atingidas pela crise e o desemprego, para se ter uma idéia, só na indústria têxtil e de calçados, o número de vagas femininas com carteira assinada eliminadas de outubro de 2008 a abril de 2009 chegou a 40.170, por outro a tão propagada recuperação econômica tem se dado à custa dos trabalhadores, que tem sentido no bolso os custos da inflação, com o aumento nos preços dos alimentos e serviços e salários que mal chegam ao fim do mês.
A eleição de Dilma, primeira mulher presidenta do país, apesar de materializar a esperança de parte da população em ver numa mulher a possibilidade de ter seus anseios atendidos, não significou avanço para as trabalhadoras.
Desde o início do mandato até agora, o que temos assistido são medidas contra a classe trabalhadora. A aprovação de um salário mínimo de pouco mais de 6%, que não significou reajuste real e se perde na alta de preços generalizadas de tarifas e aumentos. Corte no orçamento de verbas de áreas essenciais, como moradia e educação. E anúncio de uma nova reforma da previdência, que pretende aumentar a idade mínima para aposentadoria.
As mulheres, em nosso país, ainda ganham até 30% menos que os homens para exercerem uma mesma função. Estudam mais, mas mesmo entre os cargos que exigem maior escolaridade ganham menos. Estão nos trabalhos menos rentáveis e nas funções menos valorizadas socialmente.
Nesse dia de luta da classe trabalhadora, é importante lembrar que as mulheres foram as precursoras da agricultura, da indústria têxtil e da cerâmica. Mas a sociedade de classes transformou as diferenças entre homens e mulheres em desigualdades. O capitalismo, por sua vez, utiliza tais diferenças para justificar menores salários e obter maiores lucros.
Pelo fim de toda forma de opressão e exploração, no primeiro de maio, sairemos às ruas para nos somarmos aos companheiros de nossa classe, exigir nossos direitos e seguir em frente na construção de uma sociedade socialista!
- Aumento geral dos salários! Salário mínimo do DIEESE (2.227,00)!
- Salário igual para trabalho igual!
- Creches em período integral, gratuitas e de qualidade, para os filhos da classe trabalhadora !
- Licença-maternidade de 6 meses para as trabalhadoras e estudantes, sem isenção fiscal, rumo a 1 ano;
- Anticoncepcionais para não abortar. Aborto Legal, Seguro e Gratuito para não morrer!
- Pelo fim da violência contra a mulher! Punição dos agressores! Construção de casas-abrigo! Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha!
- Em defesa das mulheres haitianas! Pela retirada das tropas brasileiras do Haiti!
- Em defesa da luta das mulheres árabes. Contra a intervenção militar imperialista na Líbia, Fora Kaddafi!
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