A retomada de crescimento dos países desenvolvidos deve elevar as taxas de juros nessas praças, aumentando o poder de sedução sobre o investidor internacional.
Para a diretora-geral da Fator Administração de Recursos, Roseli Machado, as estimativas de crescimento de Estados Unidos e Alemanha vêm melhorando sistematicamente. Para os EUA, a média do mercado já projeta expansão acima de 4%. Para a Alemanha, os especialistas falam em mais de 3,5%.
Por isso, cada vez mais analistas avaliam que as taxas de juros terão de ser elevadas nesses países.
Essa visão de que o juro vai subir mais cedo do que o esperado nos países desenvolvidos ganha ainda mais força quando se olha a evolução da inflação em lugares como a Inglaterra. Lá, os índices de preços ao consumidor oscilam na faixa de 3,5% ao ano, muito acima da meta de 2%.
A aposta é de que a elevação do juro básico não deve passar de maio. "A provável alta dos juros nos países desenvolvidos levará mais capital para lá e deve provocar uma queda nos preços das commodities. Ambos são fatores negativos para o real", segundo o estrategista do banco WestLB no Brasil, Roberto Padovani.
Se as incertezas levaram volatilidade aos mercados acionários, o mesmo não pode ser dito em relação às aplicações em renda fixa (títulos remunerados de acordo com a taxa de juros). O juro brasileiro é o mais alto do mundo (11,25% ao ano) e deve manter-se nessa posição, pois o Banco Central (BC) já indicou novas altas nos próximos meses. O mercado vê a taxa básica (Selic) em 12,50% em dezembro. (Agência Estado)
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