As medidas para restringir o crescimento do crédito, adotadas pelo Banco Central, não mudaram significativamente o cenário no país. A avaliação é dos bancos brasileiros, em pesquisa divulgada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A previsão para o aumento das operações neste ano ficou em 18% no levantamento de fevereiro, apenas 0,5 ponto percentual abaixo do esperado em novembro, quando as medidas ainda não haviam sido divulgadas - o anúncio foi em 3 de dezembro.
O número engloba um crescimento de 18,3% no crédito pessoal e de 17,9% para as empresas. Para 2012, o aumento total deverá ser de 17,5%.
“Os números são bastante favoráveis, o cenário é muito positivo do ponto de vista da expansão de crédito”, afirmou Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban. De acordo com ele, apenas se houver uma piora no cenário inflacionário no país, fazendo com que o Banco Central tenha de tomar medidas adicionais, essa elevação do crédito pode diminuir.
A projeção para a inflação, por sua vez, registrou leve aumento entre a pesquisa de dezembro e a de fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em alta de 5,5%, dizem os bancos - a previsão anterior era de 5,2%. No próximo ano, o aumento deverá ser de 4,6%, bem próximo ao centro da meta do governo (4,5%).
“A piora no cenário de preços já era esperada, até por conta da expectativa de valorização das commodities no mercado internacional, além de um processo esperado de recuperação das economias desenvolvidas”, disse Sardenberg.
Por conta da expectativa de aumento de inflação neste ano, as instituições financeiras esperam que o Banco Central aumente gradativamente a taxa básica de juros em 2011, chegando a dezembro com 12,25% ao ano.
A Selic está atualmente em 11,25%, após elevação de 0,5 ponto percentual na primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) no ano. Em 2012, com a redução das pressões inflacionárias, a taxa deve voltar ao patamar de 11% ao ano. As previsões para o crescimento do PIB para este ano e para 2012 ficaram praticamente estáveis, em 4,6% e 4,5%.
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