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Saiu na Imprensa

  02/02/2011 

Escassez de recursos faz BNB deixar de financiar R$ 10 bi

A demanda cresceu e, por conta disso, as operações de crédito foram postergadas para este ano

Do excesso à escassez. Em sete anos, o problema relacionado aos financiamentos do Banco do Nordeste (BNB) através do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) se inverteu. Se antes sobravam recursos, hoje estão em falta. A demanda cresceu e, por conta disso, a instituição de fomento deixou de financiar, em 2010, cerca de R$ 10 bilhões. As operações de crédito foram postergadas para este ano, quando se acredita dispor de um volume mais elevado no caixa para empréstimos de longo prazo.

No ano passado, o banco investiu R$ 21,4 bilhões, atingindo um volume recorde. Contudo, desse total, R$ 11,7 bilhões foram provenientes das contratações de longo prazo, que só cresceram 3,5% em relação ao ano anterior, mesmo diante de um forte incremento na demanda. Estas operações foram as mais impactadas com o contingenciamento de recursos.

"Essa palavra de contingenciamento é a forma como o banco deixa uma série de projetos que poderiam ser contratados ainda no ano de 2010 para 2011, mas isso dentro de um comum acordo com os investidores", explica o presidente do BNB, Roberto Smith, que anunciou ontem, em coletiva de imprensa, os resultados do banco.

Captação interna e externa

Segundo Smith, há uma projeção de que este ano o banco possa dispor de R$ 20 bilhões, ou até mais, para este tipo de operação. Para isso, afirma, a instituição irá a campo captar esses recursos, tanto no mercado nacional como no internacional.

"Essa adequação de recursos nos imprimiu a força de buscar no mercado externo essa recente captação que nós fizemos, no final do ano passado, da ordem de US$ 300 milhões. E estaremos complementando essa captação internacional com mais US$ 700 milhões", explica Smith, que adianta que essa nova captação já foi aprovada e será, muito provavelmente, em moeda nacional.

"E nós estamos avançando agora, preparando o lançamento de letras de crédito agrícola e um conjunto de operações de captação, porque a partir de agora os bancos privados e os bancos públicos vão operar na busca desses recursos numa poupança nacional mais adequada para a formação de investimentos de longo prazo, coisa que ainda inexiste", complementa o presidente.

A busca por estes recursos e a forma como eles serão captados são hoje a maior preocupação do banco para este ano, que está preparando uma série de mudanças na sua atuação.

Nova capitalização

Uma nova capitalização do banco, aponta Smith, deverá ser necessária.

"Já foi feita uma capitalização do banco no fim do ano passado de um bilhão de reais, que foi um empréstimo do Tesouro, e que nos dá margem pra continuar operando. Nós deveremos ter ao longo desse ano uma nova capitalização pra poder enfrentar o crescimento previsto até 2014. Encaminhamos esses dados ao Ministério da Fazenda, para discutir como buscar fundos de longo prazo adequados para esta demanda", esclarece o presidente.

Smith reforça, entretanto, que o FNE é o principal fundo de financiamento do banco, mas não o único. "Operamos com operações conjuntas com BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com o Fundo de Marinha Mercante, com o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Existe uma gama de outros recursos que também estão sendo buscadas pelo banco". Ele destacou que estas restrições, contudo, não atingem as operações de curto prazo, que tiveram uma ampliação de 19,6% em 2010, no comparativo com 2009, atingindo R$ 8,5 bilhões.

Investidos em 2010

21,4 bilhões foi o volume de recursos investidos no ano passado pelo BNB em toda a sua área de atuação. Deste total, R$ 3,4 bilhões ficaram no Ceará, segundo Roberto Smith

ESTRUTURA DE ATENDIMENTO

Instituição vai ampliar rede e chamará concursados

Para expandir o quadro de pessoal, o BNB terá que encaminhar suas projeções ao Ministério do Planejamento

O Banco do Nordeste irá ampliar a sua estrutura de atendimento em sua área de atuação, e a medida implicará na contratação de novos funcionários aos quadros da instituição. Quantos profissionais serão incluídos ainda não foi definido, mas o presidente do banco, Roberto Smith, informa que estes serão recrutados entre os aprovados do último concurso realizado pelo BNB, no ano passado.

"O Banco do Nordeste nunca se caracterizou por ser um banco voltado para o público, para a pessoa física. A grande parte dos nossos clientes é de pessoas jurídicas. Mas, na medida que estamos crescendo muito no atendimento das micro e pequenas empresas, do microcrédito, isso significa que nossas agências estão cada vez mais lotadas e isso está criando problemas, e estamos trabalhando em cima de soluções para resolver o problema, que envolve abertura de novas agências", justifica o presidente. Segundo ele, já existe um plano estudado, contemplando sobretudo o atendimento das micro e pequenas empresas, com postos de atendimento especialmente para o microcrédito rural e urbano.

Contudo, para ampliar o quadro de pessoal, enquanto banco público, o BNB terá que encaminhar para o Ministério do Planejamento suas projeções e necessidades de pessoal. "Nós já temos um concurso feito e já foi feito dentro dessa perspectiva de expansão. Na hora que o plano estiver aprovado, estaremos concatenando isso com o aumento dos nossos pontos de atendimento, aproveitando que não vamos ter necessidade de fazer um outro concurso, porque esse concurso já foi feito para deixar uma reserva para a expansão do banco", disse, acrescentando que a questão será estruturada ao longo deste semestre. Smith diz que ainda não é possível afirmar quando serão criados os novos pontos de atendimento, nem em que localizações. "Isso faz parte de um estudo longo de análise de mercado e viabilidade", afirma.

MPEs

"Nós temos a pretensão de nos tornarmos o banco das micro e pequenas empresas", afirmou ontem, na coletiva de imprensa, o presidente do BNB. A afirmação se justifica pelo peso cada vez maior que estes empreendedores estão tendo nos negócios do banco.

No ano passado, o BNB realizou contratações no valor de R$ 2,2 bilhões para micro e pequenas empresas, representando um acréscimo de 27,5% sobre 2009. Esse crescimento já vinha sendo registrado desde 2003, quando foram investidos apenas R$ 200 milhões. Enquanto que no quadriênio 2003-2006 foram investidos R$ 1,2 bilhão, no seguinte, 2007-2010, o montante chegou a R$ 6,1 bilhões.

O Ceará, em 2010, realizou o maior volume de empréstimos a este público entre todos os estados onde o banco atua. Foram R$ 526,2 milhões investidos, representando um acréscimo de 44,1% sobre 2009. "Nós estamos fazendo um esforço para rever nossa forma de atuação com as MPEs, para também termos uma formulação metodológica mais adequada e inovadora", informa Smith.

Renda mais baixa

A intenção da presidente da República, Dilma Rousseff, de acabar com a miséria também reforça a tendência do banco de investir mais em pequenos negócios. Segundo Smith, a presidente quer que o banco abranja uma faixa de pessoas com renda inferior ainda não tocadas pelas operações do BNB no microcrédito. "Esta é coisa que tem que ser melhor elaborada. Nós temos os cruzamentos dos nossos clientes com o Bolsa Família, e temos que ver como avançar pra pegar uma parcela maior do Bolsa Família dentro das operações de credito, sendo que esta parcela não é desprezível", reforça Smith. (SS)

PARA OS VIZINHOS

Estado perdeu uma série de grandes projetos

O BNB será o financiador de grandes projetos para o Nordeste, alguns destes buscados pelo Ceará, mas que acabaram sendo captados por outros estados. Um deles é uma montadora de veículos.

O presidente do BNB, Roberto Smith irá a Brasília para um encontro com a Fiat, que irá implantar uma montadora em Pernambuco, no valor de R$ 5 bilhões. Segundo ele, o investimento irá resvalar negócios pelo Nordeste. "Uma montadora contrata uma série de produtos para a montagem. Nós iremos discutir os investimentos suplementares de fornecedores", diz.

Apesar de o Ceará ser o pioneiro no Brasil em energia solar, com a primeira usina comercial do tipo em construção em Tauá, pela MPX, foi novamente Pernambuco que saiu na frente com um novo grande negócio. O estado irá abrigar uma fábrica de painéis fotovoltaicos. O BNB está analisando a carta-consulta do empreendimento, no valor de R$ 200 milhões.

Smith disse, ainda, que o banco está acompanhando o projeto da usina de ondas em implantação no Porto do Pecém. Caso o projeto, que ainda é piloto, mostre-se viável, há a possibilidade de o banco financiar uma indústria de êmbolos, equipamentos que se movem dentro de cilindros na planta da usina, gerando energia.

Base Espacial

Smith refutou a possibilidade de o Ceará abrigar uma nova base de lançamento de foguetes, dentro do Programa Espacial Brasileiro. Ele informou que o projeto ficará no Maranhão, onde uma área para o equipamento foi concedida, e o banco já trata do seu financiamento. Ele acrescenta que o empreendimento é para o disparo de seis foguetes, cada um no valor de US$ 50 milhões.(SS).

RESTRIÇÃO VIA FNE

Contratações no CE somam R$ 3,4 bi

Operações de curto prazo, apresentaram decréscimo de 11,8%, caindo de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,3 bilhão

O Banco do Nordeste realizou, em 2010, contratações globais no valor de R$ 3,4 bilhões no ano passado, valor que representou um crescimento de apenas 0,8% em relação ao ano anterior. O resultado ficou aquém da expectativa inicial da instituição, que era de chegar, ou mesmo ultrapassar, a marca dos R$ 5 bilhões.

O fraco desempenho foi motivado, também, pela restrição de investimentos via FNE. Contudo, ao contrário do quadro geral do banco, no Estado, o que puxou o resultado para baixo foram as contratações de curto prazo, que apresentaram decréscimo de 11,8%, caindo de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,3 bilhão.

De acordo com o presidente do banco, o motivo para a queda está relacionado aos empréstimos-ponte realizados pelas empresas de energia eólica em 2009, que elevaram sobremaneira os volumes contratados com operações de curto prazo no naquele ano.

"Muitas vezes, o empreendedor já está com o projeto em andamento e ele tem que cumprir certas obrigações, e o banco faz um empréstimo-ponte, que é um adiantamento de recursos por conta do financiamento de longo prazo que sairá. O empréstimo de curto prazo é pago quando é liberado o recurso de longo prazo, apenas para que não haja uma interrupção do empreendimento. Foi o que aconteceu com a eólicas do Ceará em 2009 e, em 2010, com as do Rio Grande do Norte", explicou Smith. Já com as operações de longo prazo, houve um incremento de 18,2% em 2010, saindo de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,0 bilhões.

O superintendente do BNB no Ceará, Isidro Siqueira, explica que esse acréscimo se deu, especialmente, pela aprovação de empréstimo para dois grandes empreendimentos: a Usina de Itataia, que teve recursos de cerca de R$ 500 milhões para a empresa Galvani, e outros R$ 180 milhões para a Transnordestina. O valor, apesar de positivo, poderia ter sido bem maior, não fossem as restrições orçamentárias ara estas operações. 
Fonte: Diário do Nordeste
Link: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=926922
Última atualização: 02/02/2011 às 16:56:00
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