A chamada nova classe média encerrará 2010 com 45% dos gastos do País com eletrônicos e eletrodomésticos. Enquanto as classes A e B, juntas, respondem por 37% das vendas, segundo pesquisa do Instituto Data Popular
Vinte bilhões de reais. O montante nada modesto confere à nova classe média do Brasil o título de maior consumidora de eletrônicos e eletrodomésticos do País. A classe C deve fechar o ano de 2010 responsável por 45% do total das vendas desses produtos, enquanto as classes A e B - as mais ricas da pirâmide social - responderão por 37% do total. As projeções são do Instituto Data Popular, com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Durante o governo Lula, o consumo de eletros pela classe C teve largo aumento. Em 2003, quem comprava mais eram as classes A e B que detinham 55% das compras. A classe C, bem menos expressiva, tinha 27%. Mas foi só aumentar a renda dessas pessoas para consequentemente crescer - e muito - o consumo.
É o poder de compra combinado com a carência de produtos e transformado rapidamente em consumo. Vendedor de eletros há cinco anos, Marcos Fernandes confirma a pesquisa. “Se, antes, para atingir a meta mensal de R$ 43 mil em vendas, a gente suava, hoje ‘facinho’ vendemos R$ 70 mil”, comemora.
Produtos
Entre os bens mais comprados com os R$ 20 bilhões desembolsados pela classe C brasileira, o microcomputador está entre os preferidos. Se em 2002, o eletro estava presente em 13% dos domicílios, essa porcentagem subiu para 52%, em 2009. A autônoma Roselândia Nobre, 35, foi uma das consumidoras que contribuiu com a alta. Dona de lan house, em três anos, ela conseguiu comrar 18 computadores para o negócio, com o qual fatura, em média, R$ 2 mil por mês. “Agora tenho carro, casa própria e computador é o que não falta. Melhorou visivelmente”, avalia Roselândia.
A classe C está praticamente no mesmo patamar de consumo das classes A e B, no que diz respeito a refrigeradores e TV a cores. “E não é qualquer televisão não, é a de LCD mesmo”, destaca o gerente da loja Rabelo, Cleton Firmino.
Ele também chama atenção para as vendas de máquinas de lavar e de notebooks. “O consumidor de classe C sabe gastar bem seu dinheiro. Ele pergunta sobre as melhores tecnologias e barganha descontos”, conta o gerente Firmino, que aposta em ventos cada vez melhores.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Com a melhoria da renda, facilidades de crédito e ganhos acima da inflação, 29 milhões de brasileiros ascenderam à classe C. A chamada nova classe média do Brasil já é mais da metade da população brasileira (50,45%).
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