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Notícias

  07/12/2010 

Por um desenvolvimento criativo para o Ceará e para o Nordeste

Por Luiz Antônio Gouveia*

Há poucos meses um grupo de pesquisadores liderados pelo prof. Flávio Ataliba, da Pós-graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará, lançou um documento intitulado “Agenda de Desenvolvimento para o Estado do Ceará”, no qual é realizado um profundo diagnóstico sobre a pobreza e a desigualdade social em nosso Estado e são propostas diretrizes de políticas públicas para combater suas causas e seus efeitos.

O estudo comprova cientificamente duas percepções do senso comum a respeito do atraso social e econômico do Ceará: a persistência do fenômeno da pobreza no estado (marcada pela renda média familiar bem inferior à média nacional) e a desigualdade de renda (caracterizada baixa produtividade do capital e do trabalho e perpetuada pelo baixo grau de escolaridade da população, em especial no interior do estado e nas zonas rurais).

Que medidas podem ser adotadas, então, para combater esses dois problemas crônicos em nosso Estado? Para além das ações e diretrizes sugeridas pela Agenda de Desenvolvimento é preciso considerar também outras vias menos ortodoxas rumo ao desenvolvimento social e econômico.

Muito recentemente no Brasil tem-se discutido a respeito do fomento à “economia criativa” como alternativa de desenvolvimento includente e sustentável para países e regiões com graves problemas sociais e econômicos. Mas, o que vem a ser “economia criativa”? A economia criativa pode ser compreendida como a produção e o consumo de bens e serviços cuja matéria-prima principal é o conhecimento e a criatividade. Sua face mais visível são as chamadas “indústrias criativas”, as quais compreendem desde atividades de artesanato até um pequeno negócio de desenvolvimento de aplicativos de software para telefones celulares, passando principalmente pelos negócios da indústria cultural.

O mais interessante a respeito da economia criativa é que os empreendimentos e negócios gerados nessa área não requerem, em princípio, grandes investimentos financeiros. Portanto, podem ser concebidos a partir da lógica do empreendedorismo individual e do capital de pequeno porte. Além disso, são empreendimentos que produzem bens e serviços a partir de insumos abundantes e absolutamente renováveis, quais sejam o conhecimento e a criatividade.

Para um país tão reconhecido no exterior por sua criatividade e riqueza cultural é de causar espanto que ainda não tenhamos considerado seriamente as possibilidades de desenvolvimento oferecidas pela economia criativa. Precisamos, entretanto, transformar toda essa criatividade e conhecimento em bens e serviços que cheguem até o mercado de consumo, não só no Brasil como em todo o mundo.

Quem sabe, em um futuro bem próximo, não estaremos exportando games de celulares desenvolvidos por jovens de Campina Grande ou distribuindo para o mundo um belo filme de animação produzido aqui mesmo em Fortaleza? O incentivo à economia criativa é, certamente, o caminho mais curto para esse futuro promissor.

 

(*)Luiz Antônio Gouveia - Economista, professor universitário e pesquisador do Grupo de Pesquisas em Políticas Públicas e Indústrias Criativas (CNPQ/Uece)


Fonte: O Povo
Link: http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2010/12/07/noticiaopiniaojornal,2074687/por-um-desenvolvimento-criativo-para-o-ceara-e-para-o-nordeste.shtml
Última atualização: 07/12/2010 às 09:28:00
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