A projeção é feita com base na avaliação de indicadores de preços ao consumidor. Índices como IPCA e IGP-M tiveram significativas altas desde outubro. A maior pressão inflacionária está nos alimentos e serviços
O brasileiro terá de enfrentar pelo menos cinco meses de inflação alta pela frente. No rol dos aumentos de preços previstos para a virada do ano, estão os reajustes das mensalidades escolares, das passagens de ônibus e dos aluguéis, todos numa faixa que deve superar 7%, além da forte pressão dos alimentos que deve continuar até a entrada da safra de grãos, marcada para o fim do primeiro trimestre.
A inflação acumulada em doze meses pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que encerrou outubro em 5,2%, pode passar de 6% em dezembro, janeiro e fevereiro, preveem economistas. Se confirmado, o resultado acumulado pode superar no período, em mais de um ponto e meio percentual, o centro da meta de inflação (4,5%).
As projeções de inflação para os próximos meses foram revistas para cima na semana passada pelo mercado, depois que o IPCA-15, prévia da medida oficial de inflação, superou as expectativas e atingiu 0,86% em novembro. Metade desse resultado veio da alta dos alimentos, que não deve dar trégua até março. Normalmente, em janeiro e fevereiro, a alta dos alimentos ganha força com a elevação dos preços das hortaliças afetadas pelas chuvas de verão. Só que esse fator sazonal pode agravar um quadro que já não é favorável.
Risco
A comida é considerada o maior fator de risco da inflação para 2011. Mesmo assim, o grande foco de pressão para manter a inflação em níveis elevados está nos preços dos serviços, que já vêm ao longo deste ano sendo sustentados pelo aumento do emprego e da renda, que mantêm o consumo aquecido.
''A maior pressão inflacionária para 2011 está nos preços livres (alimentos e serviços), mesmo com a alta de 10% do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) acumulada em 2010”, afirma a economista do Banco Santander, Tatiana Pinheiro. O IGP-M indica o que deve ocorrer com os preços ao consumidor nos meses seguintes.
“Não vejo nada que alivie a inflação nos próximos meses. Dezembro vai ser complicado porque o consumidor tem mais renda no bolso”, diz o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Antonio Comune. Ele prevê que o ano comece com inflação mensal na casa de 1%, já contando com reajustes das escolas, das tarifas de ônibus e do imposto predial. (da Folhapress)
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Calcula-se que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) suba, em média, 0,80% ao mês entre novembro e fevereiro. A maior parte da aceleração da inflação é atribuída à disparada do preço dos alimentos.
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