Por Helio Marques, do Nota 10
O relatório “Situação da educação brasileira - avanços e problemas”, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na última semana, revela que os 20% mais ricos da população brasileira possuem quase o dobro de anos de estudos dos 20% mais pobres. Enquanto os membros do primeiro grupo têm, em média, 10,7 anos de estudo, os do segundo possuem apenas 5,5 anos de estudo. O quadro se repete em quase todas as etapas do ensino. A creche, por exemplo, acolhe 34,9% das crianças de 0 a 3 anos do grupo dos mais ricos, contra 11,8% dos mais pobres. Entre as crianças de 4 a 6 anos mais ricas, 93,6% estão na pré-escola, contra 75,2% das mais pobres. O ensino fundamental não apresenta grandes disparidades, tendo em vista as políticas de universalização iniciadas a partir da Constituição Federal de 1988. Isso não ocorre no ensino médio: entre os adolescentes de 15 a 17 anos do grupo dos mais ricos, 75,2% estão matriculados nessa etapa do ensino. Já no grupo dos mais pobres apenas 31,3% dos adolescentes de 15 a 17 anos estão nessa etapa no ensino. Porém, a universidade é a etapa mais distante dos mais pobres: enquanto 52,7% dos jovens mais ricos de 18 a 24 anos estão no ensino superior, apenas 7,9% dos mais pobres dessa faixa etária alcançaram essa etapa do ensino.
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