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Notícias

  08/10/2010 

Artigo: Qual o objetivo dos/as não-grevistas?

José Zito Júnior, funcionário do BNB na Agência Surubim (PE), escreveu artigo no qual faz uma reflexão sobre a greve desse ano. No texto, Zito questiona os motivos que levam alguns colegas a não aderirem à greve.

Qual o objetivo dos/as não-grevistas?

Resolvi escrever uma pequena reflexão sobre a greve desse ano, que já é maior do que a do ano passado, porque, paradoxalmente, a minha agência, que fechou no ano passado, permanece aberta em 2010. Uma colega, comissionada, me indagou dizendo que “não iria adiantar fazer greve, na agência, eu e mais quatro colegas”, nas palavras dela. Respondi que se continuasse trabalhando estaria aceitando as condições de trabalho e salariais a que o Banco me impõe. Fatidicamente, todos os colegas que recebem algum tipo de comissão continuaram trabalhando.

Fazer greve é um direito constitucional; como também não fazê-la. O objetivo e a justificativa de quem participa do movimento grevista é tão-somente lutar por melhoria nas condições de trabalho e, primordialmente, na questão salarial. Fico me perguntando qual o objetivo dos/as não-grevistas? Com que intuito eles/as vão de encontro à decisão da classe decidida por maioria em assembleia? Estarão satisfeitos com as ótimas condições de trabalho, metas condizentes com a realidade e salários que valorizam os/as bancários? Ou, ganhando uma comissão razoável, não vai se desgastar num movimento que não lhe diz respeito (afinal, eu vou fazer greve para os outros?)?

No tocante às condições de trabalho, uma pesquisa inédita realizada pela Universidade de Brasília revela que, entre 1996 e 2005, 181 bancários cometeram suicídio. Uma média de um suicídio a cada 20 dias, segundo informações reunidas pelo Ministério da Saúde. Dados obtidos junto a um grande banco mostraram que, entre 1995 e 2008, 32% dos afastamentos de bancários decorreram de doenças do tecido músculo esquelético, como as Ler/Dorts, transtornos diretamente correlacionados com problemas da organização do trabalho. Outros 23% apresentaram transtornos mentais. Outro estudo, encomendado por entidades de classe dos bancários em 2006, demonstrou que aproximadamente 18 mil profissionais do país sofriam, à época, ideação suicida (vontade de tirar a própria vida). ( Para saber mais acessar site http://www.ecodebate.com.br/2009/10/08/pesquisa-revela-expressiva-taxa-de-suicidio-entre-bancarios/.)

Assistimos, pasmos, ano após ano, aos lucros absurdos que vêm tendo os bancos no Brasil. Segundo notícia publicada no dia 23 de setembro desse ano, no site G1, o lucro líquido do sistema financeiro brasileiro no primeiro semestre deste ano somou R$ 25,2 bilhões, com crescimento de R$ 1,5 bilhão sobre os R$ 23,7 bilhões registrados no último semestre do ano passado. E ,como haveria esses lucros sem o trabalho fundamental de nós bancários/as?

Eis a questão: vamos ficar de braços cruzados??? Esperaremos, inertes, a boa vontade dos banqueiros??? Talvez tenhamos que ter a coragem e a disposição dos luditas ingleses do período da Revolução Industrial os quais quebravam as máquinas e incendiavam as fábricas como forma de protesto. Quebremos as nossas “fábricas financeiras” cruzando os braços e pressionando por alguma solução no sentido de valorizar o/a trabalhador/a bancário/a como este/a merece.

Ah, se alguém quiser responder aguardo uma resposta: qual o objetivo dos não-grevistas?

José Zito Júnior
Agência Surubim-PE
Fonte: AFBNB
Última atualização: 08/10/2010 às 16:40:00
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