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Notícias

  07/10/2010 

Bancos provocaram a greve

Por Ney Sá*

Comecemos por uma pergunta básica: qual o setor que mais lucra na economia brasileira?
Quem disse petróleo, errou. Mineração... Também errou. Indústria automobilística? Nem de longe. São as instituições financeiras que batem todos os recordes no País.

Os bancários, por outro lado, vêem o serviço aumentar e caírem as condições de trabalho, sofrendo com a sobrecarga, pressão por metas, assédio moral e adoecimento. Só os bancos ganham. O sistema opera praticamente sem fiscalização, a cobrança dos serviços é abusiva, e a taxa de juros é a mais alta do mundo.

Segundo a Consultoria Economática, no segundo trimestre do ano, os 25 bancos com ações na Bolsa de Valores lucraram R$ 10,1 bilhões. Este número é 18,38% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando as mesmas 25 instituições haviam lucrado R$ 8,5 bilhões. O resultado deu ao setor bancário o título de mais rentável entre as empresas de capital aberto do Brasil.

Além da lucratividade, há ainda a rentabilidade. Relatórios dos sete maiores bancos do Brasil indicam que a rentabilidade sobre o patrimônio é de até 29%. Isso equivale a dizer que a cada três anos uma instituição financeira tem capital para comprar outra do mesmo porte. Este é um dos fatores que explicam as fusões bancárias e o consequente crescimento dos grandes grupos econômicos.

Concentração

Os bancos menores, mais atingidos durante a crise financeira mundial, iniciada em 2008, foram incorporados pelos maiores. Atualmente, cinco bancos concentram 75% de todos os ativos, depósitos e empréstimos do mercado brasileiro. O Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa detêm dois terços do mercado, refletindo em prejuízos para clientes, que ficam sem opões de concorrência, e para bancários, que perdem postos de trabalho.

Já diz o ditado que contra fatos não há argumentos. E diante dessa contabilidade, o reajuste salarial de 11% reivindicado pelos bancários é até pequeno. Os lucros dos bancos cresceram bem acima deste percentual, desde o ano passado, e o prognóstico é de lucros ainda maiores no segundo semestre.

Mas estes lucros não são investidos na melhoria do atendimento aos clientes, muito menos para valorizar os funcionários. Ao contrário, depois de muita negociação, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), propôs um reajuste de pífios 4,29% (INPC dos últimos 12 meses). A proposta afronta a categoria que, com seu trabalho, assegura o lucro dos bancos.

Economia favorece aumento real

A conjuntura econômica tem se mostrado favorável aos trabalhadores. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 97% das 290 campanhas salariais do primeiro semestre conquistaram aumento real. Este resultado é melhor do que o de 2008 (78%) e de 2009 (93%). O setor bancário, mais do que qualquer outro, tem a obrigação de oferecer um reajuste digno aos empregados.

A greve, portanto, é de inteira responsabilidade dos banqueiros, que não apresentam proposta condizente com a sua alta lucratividade. A greve é a resposta ao desrespeito da Fenaban.

*Ney Sá é jornalista

Fonte: SEEB/BA
Link: http://www.bancariosbahia.org.br/index.php?menu=artigo&COD_ARTIGO=122
Última atualização: 07/10/2010 às 08:22:00
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