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Saiu na Imprensa

  17/09/2010 

A vida de uma família com renda de R$ 500

Algumas metodologias no Brasil estabelecem que famílias com renda até meio salário mínimo está abaixo da linha da pobreza. Mas a realidade aponta que mesmo com ganhos de quase um salário, a situação é difícil e pede intervenção de políticas públicas

Rayana Barros da Silva tem 19 anos. Ela tem uma filha de dois anos, um ex-companheiro, com quem esteve junta por cinco anos e “não deu certo” e um novo marido, com quem vive junto há quatro meses. Rayana mora num barraco de um cômodo na Favela do Rato, uma ocupação que fica no bairro do Barroso. O marido de Rayana trabalha com reciclagem e recebe aproximadamente R$120 por semana. Ela estava desempregada, mas arrumou um trabalho e espera receber meio salário mínimo para distribuir folhetos nos cruzamentos da cidade.
 
Para trabalhar ela precisa arrumar uma creche para filha, que atualmente está passando uns dias com o pai. Como forma de complementar a renda, Rayana cuida do filho de uma vizinha e recebe R$10 pelos dias que fica como babá. “Antes cuidava de uma outra menina, mas recebia só R$25 por semana”, conta. Mesmo com a renda de aproximadamente R$500 ao mês, o casal e a menina vivem numa casa que tem apenas uma torneira e um “bico de luz”, ambos conseguidos de forma clandestina.
 
A renda total da família de Rayana, se dividida pelo número de membros, é mais de cinco vezes o valor que o Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP) do curso de pós-graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (Caen/UFC) apresentou no último dia 9, como sendo o montante que cerca de 400 mil famílias cearense contam para viver por mês.
 
Os dados baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD - 2009) retratam uma realidade difícil de ser imaginada. Se Rayana e sua família vivem numa situação tão difícil com a renda média de R$166 por pessoa ao mês, como vivem as pessoas que tem renda de menos de R$30?
 
Medidas
Para João Mário de França, coordenador do Caen, essa é a situação das pessoas que vivem na extrema indigência no Estado. “É um dado muito preocupante do Ceará. São números ainda muito expressivos, e tem que haver esforço muito grande de políticas publicas, do governo, da prefeitura, no sentido de atenuar as dificuldades dessas famílias. São políticas voltadas para saúde, para educação, treinamento de qualificação. É necessária uma série de medidas que o Estado deve intervir”, avalia.
 
O professor apresentou ontem dados sobre a evolução do combate a pobreza com o estudo Objetivos do milênio, durante a abertura do II Encontro da Rede de Pesquisa em Desigualdade e Pobreza-LACEA/IDB/WB/UNDP- Research Network on Inequality and Poverty (NIP), que está sendo realizado até hoje no auditório Professor Celso Furtado no Banco do Nordeste do Brasil, no Passaré.

NÚMEROS
 
1
DÓLAR POR DIA É QUANTO O BANCO MUNDIAL CONSIDERA COMO MÉDIA DE LINHA DE POBREZA
 
166
REAIS POR PESSOA AO MÊS É A RENDA DA FAMÍLIA DE RAYANA

METODOLOGIAS PARA DETERMINAR A LINHA DE POBREZA
A discussão sobre pobreza no Brasil, e principalmente na região Nordeste, se baseia na proporção de pessoas abaixo de um determinado nível de renda, denominado linha de pobreza. Apesar da importância da mensuração da proporção de pobres, no que tange ao delineamento de políticas públicas para combatê-la, não existe um consenso quanto à definição da linha de pobreza para o Brasil.
 
De fato, as metodologias de definição das linhas de pobreza e extrema pobreza variam entre as instituições que as calculam, não existindo, assim, uma linha de pobreza oficial para o Brasil. O Banco Mundial tornou popular a noção de linha de pobreza para quem ganham menos de U$1/dia. No Brasil, é comum a utilização da linha da pobreza de ½ salário mínimo por mês de renda per capita como medida de pobreza, ou, ainda, tendo como base uma cesta mínima de consumo. O conceito de pobreza, porém, não se limita à renda e sim à privação de capacidades básicas. Apesar disso, a utilização da renda continua sendo fundamental na mensuração da pobreza.

Fonte: O Povo
Link: http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2010/09/17/Internaeconomia,2043055/a-vida-de-uma-familia-com-renda-de-r-500.shtml
Última atualização: 17/09/2010 às 08:30:00
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