Por iniciativa do Ministério Público do Trabalho, as centrais sindicais que atuam no Ceará criam fórum de discussões conjuntas. Intenção é coordenar ações e tentar superar divergências pontuais. Primeira reunião será em outubro
Apesar das diferenças de método e pensamento, das divergências políticas e das histórias com raízes distintas, as centrais sindicais que atuam no Ceará começam a deixar de lado um pouco da rivalidade e deram início a um processo de aproximação, com direito a reuniões mensais e articulação conjunta, na medida do possível. A iniciativa ganhou corpo no começo deste mês e foi batizada de Fórum das Centrais Sindicais no Estado do Ceará (FCSEC).
Participam do fórum desde a Central Única dos Trabalhadores (CUT), historicamente próxima ao PT, até a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), que tem afinidade com partidos como Psol e, sobretudo, PSTU. Há ainda a Força Sindical, conhecida pelo chamado “sindicalismo de resultados”, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que tem proximidade com PSB e PCdoB, sem falar da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), considerada a menos radical em seus métodos.
A iniciativa de tentar dar alguma coordenação à atuação das centrais partiu do procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT) no Ceará, Francisco Gérson Marques de Lima. Ele disse que a ideia surgiu “ao verificar que vários problemas trabalhistas podem ser resolvidos mais facilmente e pela via negocial, se as centrais sindicais adotassem uma postura uniforme e empunharem a mesma bandeira”. Segundo ele, o FCSEC deve ser composto por todas as centrais que atuam no Ceará. As reuniões ocorrerão mensalmente, na sede de cada uma das entidades.
Embora sejam concorrentes e tenham divergências ideológicas, o procurador-chefe do MPT disse não ter encontrado dificuldades por parte dos dirigentes. “Pelo contrário, eles se empenharam para criação do fórum”, disse. Para ele, a iniciativa “simboliza a superação de divergências pontuais”. Já o presidente da CUT no Ceará, Francisco Jerônimo do Nascimento, disse considerar importante a ação do MPT, mas que não vê “necessidade de criar um fórum” permanente, devido exatamente a essas divergências.
O primeiro encontro mensal está marcado para o dia 9 de outubro, e terá como temas: negociação coletiva, greve, eleições sindicais, dentre outros. No evento será feito o lançamento do Manual de Direito Sindical. |