Uma das modalidades mais populares de financiamento começa a ser vista, comercialmente, no Brasil. Trata-se do crédito educativo, que financia o pagamento da universidade para estudantes que pretendem se qualificar e disputar espaço no mercado de trabalho.
Uma vez empregado, o recém-formado adquire renda e começa a quitar a dívida. O modelo é simples, foi testado no mundo todo, mas nunca existiu no Brasil.
Só agora os bancos comerciais enxergam no produto um mercado potencial, que surge com a emergência das classes C e D. Até então, o modelo predominante era o subsidiado e de caráter assistencial para a baixa renda.
Nos EUA, 80% dos estudantes têm financiamento. O Itaú Unibanco começou a oferecer o produto no início do ano, e o Santander pretende lançá-lo nos próximos meses.
Pioneiro, o programa Pravaler, da Ideal Invest, correspondente do banco ABC, já repassou R$ 163 milhões a faculdades desde 2006.
Diferentemente do modelo americano, no Brasil os estudantes começam a pagar parte do empréstimo (50% da mensalidade) já no começo.
Os juros vão de zero a 1,89% ao mês, próximo aos do empréstimo consignado. A universidade arca com um percentual desses juros. Como contrapartida, ela zera o seu risco de inadimplência, que chega a 23%.
No caso do Pravaler, a maioria dos estudantes que recorrem ao crédito trabalha e postergou a entrada na faculdade por questões financeiras. O valor médio da mensalidade do estudante com financiamento costuma ser superior ao do aluno que paga com recursos próprios. (Folhapress)
EMAIS
O crédito educativo é a modalidade de financiamento que ainda tem dificuldade de se viabilizar no Brasil. O motivo: financiar o estudante brasileiro envolve altíssimo risco, na visão dos bancos.
De cada 100 ingressantes em universidades, só 42 vão terminam o curso superior, segundo estimativa do Sindicato das Universidades Privadas.
O tempo de financiamento de um estudante chega a oito anos. É tão longo quanto o do empréstimo imobiliário, só que sem garantia. Se o mutuário não paga a prestação, o banco toma a casa dele. Se o recém-formado não pagar, o banco perderá o dinheiro desembolsado. O modelo só é viável com juros mais baixos. E com a melhora da qualidade do ensino, elevando a empregabilidade.
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